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PMT estuda construir corredor de ônibus que liga a zona Sul à zona Leste, passando por Timon

Teresina foi contemplada pelo BNDES para um levantamento sobre como melhorar a infraestrutura de transporte. Reunião ocorreu ontem (05) no Palácio da Cidade.

06/08/2025 às 10h04

O transporte público é um dos maiores problemas a serem resolvidos pela administração municipal de Teresina já não é novidade. Mas a discussão sobre como melhorar o sistema de ônibus da capital ganhou novas contribuições depois da reunião entre representantes da Prefeitura, do Governo Federal e de uma instituição alemã especializada no estudo do transporte coletivo nas grandes cidades. O encontro aconteceu ontem (05) e uma das soluções apontadas para melhorar o transporte de Teresina foi a construção de um corredor que ligue dois extremos da cidade, passando pelo vizinho município de Timon.

PMT estuda construir corredor de ônibus que liga a zona Sul à zona Leste, passando por Timon - (Assis Fernandes/O Dia) Assis Fernandes/O Dia
PMT estuda construir corredor de ônibus que liga a zona Sul à zona Leste, passando por Timon

A Prefeitura de Teresina estuda junto a esta instituição a possibilidade de construir um corredor de ônibus que ligue bairros como Bela Vista e Parque Piauí até a região da UFPI, no Ininga, passando por Timon. A informação foi compartilhada pelo prefeito Silvio Mendes (UB) durante entrevista ao programa Comando Geral, na FM O Dia, nesta quarta (06). Segundo ele, esse corredor seria construído com recursos do BNDES e levaria em consideração a quantidade de usuários que tornariam o serviço mais rentável.

O BNDES destinou R$ 51 milhões para estudar 21 áreas metropolitanas brasileiras onde o sistema de transporte existe e o que pode ser feito para melhorá-lo. Este estudo já está em curso. Teresina foi contemplada e algumas ideias foram discutidas ontem (05) na reunião com representantes do Ministério das Minas e Energias e do próprio BNDES no Palácio da Cidade. Um dos pontos destacados foi a complementaridade do metrô de Teresina com o sistema de ônibus coletivos.

De acordo com Silvio Mendes, por mais que o metrô tenha tarifa zero na capital, a demanda suportada por ele não ajuda ainda desafogar o transporte público municipal. A ideia inicial, segundo o prefeito, era que o metrô transportasse em torno de 50 mil passageiros com a tarifa zerada, mas o atual patamar não chega a isso, ficando em cerca de 7 mil passageiros/dia. Acrescenta-se a isso o fato de o metrô não funcionar nos finais de semana.

O impacto não foi tão significativo. Para se ter uma ideia, Londres, que é uma cidade milenar, tem seu transporte eficiente, mas não é o metrô que transporta mais. Nas cidades maiores, quem transporta gente é ônibus. A discussão ontem foi sobre melhorar o sistema de ônibus em Teresina com a reestruturação de linhas e aumento da frota. Tem que aumentar a frota, que na nossa cidade deveria ser de 400 ônibus, mas hoje tem em torno de apenas 300.

Silvio Mendesprefeito de Teresina

Sobre o aumento da frota, o prefeito descartou, pelo menos para o presente momento, a compra de ônibus elétricos como havia sido ventilado no começo de sua gestão. Estudos conduzidos pela Prefeitura apontam que um ônibus elétrico custa em média R$ 3 milhões, ou seja, três vezes mais que um ônibus comum movido a diesel. No mercado, um ônibus zero comum está na faixa de R$ 1 milhão. Mesmo que a manutenção dos veículos elétricos custe menos e isso seja vantajoso a longo prazo, Teresina ainda não dispõe da infraestrutura necessária para operar com estes tipos de automóveis.

Silvio Mendes explica: “Existe alguns sistemas de financiamento de ônibus elétricos. A ideia de comprar 30 destes veículos vem lá de trás, mas isso custaria R$ 300 milhões aos cofres públicos. Para se tem uma ideia, a Prefeitura deve R$ 1,4 bilhão a bancos e paga hoje, mais de R$ 30 milhões de juros. Tem que ter cuidado com a capacidade de receita e despesa. Saber se tem como honrar. Segundo: um ônibus elétrico roda cerca de 250 Km. A maioria das linhas de Teresina tem uma distância de 300 Km e não temos ainda uma solução para o reabastecimento destes veículos para atender toda a população”, disse.

O Governo Federal pode financiar a compra de veículos elétricos para Teresina, mas Silvio Mendes disse que é preciso ter calma para não fazer nada de forma apressada e acabar onerando um serviço que, segundo ele, já é caro e não oferta qualidade ao usuário.

PMT estuda construir corredor de ônibus que liga a zona Sul à zona Leste, passando por Timon - (Arquivo O Dia) Arquivo O Dia
PMT estuda construir corredor de ônibus que liga a zona Sul à zona Leste, passando por Timon

Reajuste da tarifa também está descartado no momento

Um estudo do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) aponta que a tarifa de ônibus ideal em Teresina para cobrir todos os custos da operação seria de R$ 11. O valor, para Silvio Mendes, é totalmente impraticável e não será repassado ao usuário. Apesar de reconhecer que a passagem de ônibus deveria aumentar na capital, o prefeito descarta qualquer reajuste no atual momento dada às condições em que o sistema opera.

“Um ônibus custa em média R$ 55 mil por mês para ter sua manutenção feita. No momento não se tem ambiente para fazer reajuste da tarifa que cubra este valor. O TCE fez um levantamento e propôs reajuste para R$ 11, mas claro que não será feito. Não tem ninguém que tenha coragem de cobrar da população uma tarifa dessa num sistema desse. A tarifa cobrada hoje é R$ 4 e vem desde 2019 sem reajuste. A meia não é meia, é R$ 1,35. Por esse preço, não se sustenta. Mas reajustar passagem, agora não. Por isso que é preciso colocar dinheiro público, senão o sistema para. E se parar é pior”, argumenta Silvio.

Prefeito Silvio Mendes - (Assis Fernandes / O Dia) Assis Fernandes / O Dia
Prefeito Silvio Mendes

Mensalmente a Prefeitura repassa ao SETUT R$ 6 milhões em subsídios para cobrir meia-passagem e as gratuidades que não são arrecadadas na catraca dos ônibus. O prefeito reconhece a necessidade de intervenção, mas disse que antes de qualquer ação, é preciso saber a capacidade de sustentar as eventuais mudanças sem fazer o transporte na capital colapsar.


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