O ex-secretário de Governo da gestão do ex-prefeito Dr. Pessoa, Michel Saldanha, rebateu as declarações do atual prefeito de Teresina, Silvio Mendes (União Brasil), de que o município enfrenta um déficit de R$ 4 bilhões. Em entrevista ao PortalODia.com nesta terça-feira (5), Saldanha afirmou que o valor real da dívida está próximo de R$ 600 milhões.
Ao ser questionado sobre o montante, Saldanha explicou que o valor se refere a empréstimos contraídos junto ao Banco do Brasil e ao BRB (Banco de Brasília), no valor total de R$ 600 milhões, durante a gestão passada.
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“Evidentemente que ninguém empresta dinheiro sem juros. Então tem os encargos dessa dívida que vão ser adicionadas ao longo do período do financiamento e que o município de Teresina tem condições, sim, de arcar. Se não fosse dessa forma, essas operações financeiras não teriam sido liberadas. Elas foram liberadas baseadas na capacidade de endividamento, na capacidade de pagamento, que são operações financeiras, que são avalizadas, às vezes até pelo Tesouro Nacional”, explicou.
Segundo ele, os recursos foram direcionados a obras e investimentos em áreas essenciais, como infraestrutura, saúde e educação. Saldanha enfatizou que, diante da limitação orçamentária do município, a contratação de operações de crédito se tornou inevitável.
“O município, sozinho, não tem recursos próprios suficientes para garantir todos os investimentos que a cidade precisa. Por isso, recorreu, como continuará recorrendo, a empréstimos. Essa dívida existe, mas é de longo prazo, e não precisa ser quitada de imediato”, disse.
Saldanha classificou como exagerada a fala do prefeito Silvio Mendes ao citar um déficit de R$ 4 bilhões. Para o ex-secretário, o número pode estar relacionado ao total da dívida contratada, mas não representa uma obrigação de pagamento de forma imediata.
“Então, sem dúvida nenhuma, essa é uma dívida que existe ao longo dos anos, mas que não é para ser paga hoje. Acredito eu que o prefeito Silvio apresentou um número relacionado a uma dívida que ainda está por vencer. Porque se de fato o município de Teresina tivesse que pagar esses 4 bilhões de reais hoje, podia fechar a prefeitura, que qualquer prefeito, independente de quem seja o partido, não teria condições de arcar com isso”, relatou.
Ele também contextualizou a situação financeira da cidade, afirmando que Teresina historicamente enfrenta dificuldades fiscais, independentemente da gestão.
“É importante dizer que o município de Teresina sempre teve um orçamento muito apertado. Isso foi durante toda a gestão do prefeito Doutor Pessoa, está sendo agora nesse início de gestão do Silvio Mendes, como foi em gestões anteriores. E a necessidade que o município tem sempre de buscar recursos externos, nem sempre o governo federal tem a disponibilidade desses recursos, e a via adequada, o caminho que preserva, que surge, é sempre a questão dos empréstimos que são contraídos junto às instituições financeiras nacionais e internacionais”, citou.
CPI do Rombo
A Câmara Municipal de Teresina instaurou a chamada CPI do Rombo, que investiga possíveis irregularidades nas finanças da prefeitura. A comissão deve ouvir nesta quarta-feira (6) o ex-vice-prefeito e ex-secretário de Finanças, Robert Rios.
A comissão foi criada com o objetivo de apurar supostos desvios bilionários ocorridos durante a gestão de Dr. Pessoa, e já convocou outros ex-gestores para prestar esclarecimentos.
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