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Enzo Samuel espera que segundo semestre na Câmara seja mais equilibrado e com foco no orçamento

Embora admita que discussões mais intensas possam ocorrer no futuro, Enzo defende que os vereadores concentrem seus esforços nos temas de interesse da população de Teresina.

19/07/2025 às 12h53

O presidente da Câmara Municipal de Teresina, vereador Enzo Samuel (PDT), fez um balanço do primeiro semestre da nova legislatura 2025-2028. Em entrevista concedida ao PortalODia.com, o parlamentar comentou sobre os embates registrados entre vereadores, a relação do Legislativo com o prefeito Silvio Mendes (União Brasil), as prioridades do segundo semestre e os desafios enfrentados pelo sistema de saúde municipal.

Enzo Samuel espera que segundo semestre na Câmara seja mais equilibrado e com foco no orçamento - (Assis Fernandes / O Dia) Assis Fernandes / O Dia
Enzo Samuel espera que segundo semestre na Câmara seja mais equilibrado e com foco no orçamento

Enzo reconheceu que o início da legislatura foi marcado por debates acalorados e divergências que extrapolaram o campo político. No entanto, destacou que medidas adotadas pela presidência da Casa contribuíram para restabelecer o equilíbrio nos debates parlamentares.

“Primeiro que a gente concorda com as críticas, nós recebemos e buscamos aprender. Eu fui bem claro que aqui não é um local para lavar a roupa suja. Se alguém tem seus problemas pessoais de divergência, aqui não é o local. Aqui é o local da gente fazer um bom debate. Lógico, por estarmos no parlamento nós temos parlamentares que pensam diferente, têm sua autonomia e sua independência”, disse.

Embora admita que discussões mais intensas possam ocorrer no futuro, Enzo defende que os vereadores concentrem seus esforços nos temas de interesse da população de Teresina, deixando de lado conflitos pessoais.

“Não estou dizendo que não vai ter debates mais acalorados, discussões mais intensas, vai. Mas a gente tem que discutir aquilo que interessa para a Teresina e não ficar no âmbito da discussão pessoal e eu acredito que a partir do momento que nós adotamos medidas mais enérgicas a gente conseguiu ver um pouco mais de equilíbrio na casa”, relatou.

Base do prefeito e relação institucional

Questionado sobre a formação de uma base de apoio ao prefeito na Câmara, o presidente adotou um tom apaziguador e evitou fazer avaliações diretas sobre a articulação do Executivo.

“Na verdade, eu não tenho como falar pelo Poder Executivo. Essa questão da formação de uma base cabe ao chefe do Executivo, a ele decidir como vai ser sua relação com o legislativo. Aqui da nossa parte o que eu posso dizer é que os 29 vereadores são comprometidos com a cidade de Teresina”, afirmou.

Apesar de no início do ano haver um clima de “lua de mel” entre o entre o prefeito e a Câmara, com o passar dos meses o gestor Executivo foi alvo de críticas por outros parlamentares, especialmente por conta da dificuldade da Prefeitura em manter uma base sólida e por falhas de articulação política.

Orçamento e foco no segundo semestre

Para o segundo semestre, a principal pauta da Câmara será a apreciação e votação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026. Enzo Samuel destacou que esse será um dos debates mais relevantes do ano, considerando o cenário de dificuldades financeiras enfrentadas pela Prefeitura de Teresina.

“Eu acho que é o orçamento, você votar o orçamento de 2026. Nós vivenciamos esse período sempre o executivo colocando as dificuldades financeiras da prefeitura. Então acredito que a votação do orçamento será muito mais importante do que já é”, avaliou.

A expectativa é de que a análise do orçamento permita maior transparência sobre as áreas prioritárias da gestão municipal e possa oferecer alternativas concretas para atender às demandas mais urgentes da população.

Saúde pública em crise

Um dos temas mais sensíveis abordados pelo presidente da Câmara foi a situação da saúde em Teresina. Enzo Samuel apontou dois fatores principais para a crise do setor: o modelo de partilha tributária entre União, Estados e municípios e a necessidade de uma gestão mais eficaz nos serviços básicos de atendimento.

“A saúde tem grandes problemas. Eu acho que o primeiro grande problema da saúde é a forma da divisão tributária do país, onde a maior parte da receita fica com a União, isso não é diferente na saúde, depois com o Estado e vem para o município. Mas quando um usuário do sistema único de saúde precisa, geralmente ele procura no município. Se ele precisa de uma medicação, ele vai ao município. Então, os prefeitos sempre têm que ficar com o pires na mão em Brasília para conseguir recurso a mais, emendas, enfim, para poder encaminhar melhor a saúde”, explicou.

O segundo ponto, segundo o parlamentar, está relacionado à perda de credibilidade das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que deveriam ser a porta de entrada do sistema, mas vêm sendo preteridas pela população em favor das UPAs e hospitais.

“Teresina já foi referência na saúde e você percebe que continua faltando medicação, além que ainda faltam insumos e as dificuldades de atender as demandas da população, principalmente porque ao longo dos anos, não sei se devido forma de gestão do doutor Pessoa se perdeu, principalmente sobre credibilidade nas UBSs que a porta de entrada da saúde do nosso município. Às vezes a pessoa tem um procedimento que ela pode fazer na UBS, mas ela prefere procurar uma UPA ou prefere procurar um hospital”, afirmou.

Enzo defende uma “gestão de choque” para reverter o atual cenário, resgatar a credibilidade do sistema municipal e garantir atendimento digno à população.

Com o encerramento do primeiro semestre, realizado na sessão da última terça-feira (15), os vereadores entram em recesso e retornam às atividades legislativas no dia 1º de agosto.


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