O ex-superintendente da Strans, Bruno Migliano Pessoa, afirmou em depoimento que as ordens para excluir multas ilegalmente do sistema do órgão partiam do ex-prefeito, Dr. Pessoa, seu tio. A informação foi confirmada ao Portalodia.com pelo titular da Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor), delegado Ferdinando Martins. Responsável pelo inquérito, ele detalhou mais um pouco o esquema e disse que o que havia era uma cadeia de cumprimento ordens que resultaram num rombo de mais de meio milhão aos cofres públicos.
“Não quero comentar sobre investigação em andamento, até porque pode prejudicar nossa estratégia de condução do trabalho. Mas essa informação não está equivocada. Ele realmente falou em depoimento e apontou o ex-prefeito, tio dele, como tendo feito esses pedidos de exclusão das multas”, afirmou Ferdinando Martins.
No momento, Bruno Pessoa, que à época do ocorrido era superintendente da Strans, está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, foi afastado de suas funções na Superintendência, onde é servidor efetivo, e está proibido de acessar as dependências e os sistemas do órgão enquanto durar a investigação. A portaria de afastamento foi publicada ontem (28).
No momento, polícia descarta pedido de prisão
Bruno Pessoa e o ex-diretor de Trânsito da Strans, Daniel Araújo, foram alvo de busca e apreensão no âmbito da Operação Reset e estão cumprindo medidas cautelares. Questionado sobre a possibilidade de pedir prisão temporária ou preventiva, o delegado Ferdinando descartou. Segundo ele, Bruno e Daniel têm colaborado com as investigações e facilitado o trabalho da polícia.
“É prematuro isso. Eles colaboraram com a investigação, deram informações permitindo nosso trabalho evoluir. Até o momento, a gente não acha oportuna qualquer medida desta natureza”, explicou. Quando ao terceiro investigado, Lucas da Rocha Lima, ele foi preso na última sexta (25), mas foi liberado após audiência de custódia. A polícia diz que ele também está colaborando com o inquérito.
Quanto ao envolvimento de mais servidores no esquema, o delegado explicou que já há confirmada a participação de dois terceirizados, que fizeram a exclusão das multas. No entanto, ele reforçou que os servidores estavam apenas cumprindo ordens e que não tinham como contestá-las por conta da hierarquia.
A polícia deve concluir o inquérito dentro dos próximos 20 dias e até o momento o delegado não vê necessidade de pedir prorrogação do prazo.
O que diz o ex-prefeito Dr. Pessoa
A reportagem do Portalodia.com falou com o ex-prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, que rebateu as acusações do sobrinho e sugeriu que a justiça decrete a prisão dele. “Para a justiça vou declarar que não botem tornozeleira, mas sim cárcere privado. Não dou declaração para a imprensa, mas para a justiça. Só quero dizer que quem usou ou usar meu nome indevidamente, vou recomendar à justiça que, ao invés de tornozeleira, bote em ambiente fechado esse ou aquele ou qualquer bandido”, disparou Dr. Pessoa.
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