A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Rombo, que apura possíveis irregularidades financeiras na gestão do ex-prefeito de Teresina, Dr. Pessoa (PRD), está analisando os empréstimos contraídos durante a antiga administração teresinense. O presidente da CPI, vereador Edilberto Borges, o Dudu (PT), confirmou ao PortalODia.com que os primeiros levantamentos apontam movimentações milionárias que chamaram a atenção dos auditores, especialmente acerca da aquisição de terrenos, novas instalações para cemitérios e pavimentação asfáltica na cidade.
“Estou analisando os números e fiquei assim meio que estarrecido com alguns números gigantescos. A Eturb, juntamente do BB500 e outras SAADs executaram aqui quase 100 milhões de reais por uma única empresa em relação a asfalto. Então nós precisamos agora afunilar para fazer as auditorias necessárias. E eu tenho convicção de que a gente vai estar chegando a um bom termo nessa CPI”, afirmou o parlamentar.
O empréstimo mais volumoso contraído pela gestão do Dr. Pessoa foi o BB500, de R$ 500 milhões. Segundo o secretário de Finanças, Marco Antônio Ayres, o município ainda deve R$ 435 milhões, com parcelas mensais de R$ 9 milhões apenas em juros.
Além dele, a CPI listou outras dívidas de longo prazo:
• BB120: R$ 120 milhões no Banco do Brasil;
• BRB: R$ 100 milhões;
• Caixa Econômica Federal: R$ 175 milhões;
• BIRD: R$ 202 milhões;
• CAF: R$ 123 milhões;
• INSS: R$ 40 milhões;
• FGTS: R$ 8 milhões;
• IPMT: parcelamento em torno de R$ 500 milhões.
Entre os pontos mais sensíveis está o destino dos recursos do BB500. Segundo Dudu, parte expressiva do montante foi aplicada na aquisição de terrenos, levantando suspeitas de desvio de finalidade.
“Estamos analisando tanto os números que foram nos repassados, que eu estou analisando com os auditores, como também os depoimentos. Por exemplo, a aquisição de áreas para cemitério. Nós tivemos a quase R$ 15 milhões nessas aquisições. Tivemos também aquisições de terras para, por exemplo, o Hospital da Mulher, que foi quase R$ 17 milhões. Então, nós tivemos do BB500, na minha opinião, um volume muito alto de dinheiro destinado para aquisições de terras. que a gente, inclusive, analise se o BB500 foi desviado de finalidade. Porque a finalidade do BB500 é investimento para a cidade”, explicou.
Dudu informou ainda que conta com o apoio de auditores e peritos para avaliar se houve desvio de finalidade. Caso os indícios se confirmem, a comissão pode acionar o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF).
Ex-secretários serão ouvidos
Nesta quarta-feira (3), a CPI ouvirá duas testemunhas-chave: o ex-secretário de Planejamento, João Henrique Sousa, convocado pela comissão, e o ex-presidente da Eturb, João Duarte, o Pessoinha, que comparecerá como convidado.
“Vamos ouvi-los para que a gente possa já ir afunilando o que chegou nos anais da CPI, tanto verbalmente aqui como depoimento com oitivas, como os dados e os números. Tem muitas questões que foram colocadas nas últimas oitivas que merecem e carecem de uma investigação mais aprofundada. E amanhã eu acredito que a gente fecha o ciclo de uma questão importante, que é a execução orçamentária da gestão passada com a execução orçamentária da gestão atual. Queremos entender como foram pagos os últimos valores do BB500 e do BB120 e de que forma esses recursos foram aplicados em secretarias estratégicas, como a Eturb”, concluiu Dudu.
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