A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Vereadores que investiga os problemas na coleta de lixo em Teresina definiu, nesta quarta-feira (9), os primeiros nomes que serão convocados para prestar depoimentos. Entre os convocados estão o presidente da Empresa Teresinense de Desenvolvimento Urbano (Eturb), Vicente Moreira Filho, e representantes do consórcio Recicle/Aurora, responsável pela execução dos serviços na capital.

Assis Fernandes / O DIA

CPI do Lixo define primeiros convocados para depor sobre falhas na limpeza urbana de Teresina

A decisão foi anunciada pelo presidente da CPI, vereador Fernando Lima (PDT), que ressaltou a urgência em esclarecer os constantes impasses que têm comprometido a limpeza da cidade. Segundo o parlamentar, o objetivo é compreender, entre outros pontos, a razão pela qual ainda não foi realizado um processo licitatório definitivo para o serviço.

“O ponto principal da CPI é saber por que a prefeitura não faz o processo licitatório definitivo. Se eu fizer um processo licitatório definitivo, com contratação de cinco anos, com certeza eu vou ter um valor mais barato. Se você levar em consideração o valor de implantação, o valor de mobilização para a coleta de lixo em Teresina é um valor exorbitante, gira em torno de 20 milhões de reais. Se você pegar esse valor e dividir por 12 meses, vai dar um valor considerável. Se você diluir esse mesmo valor por 60 meses, vai dar um valor bem menor”, afirmou.

Assis Fernandes / O DIA

Fernando Lima, vereador de Teresina e presidente da CPI do Lixo

O anúncio de convocação das primeiras testemunhas ocorreu após a comissão decidir antecipar sua reunião, inicialmente marcada para esta quinta-feira (10), em razão de uma nova paralisação dos trabalhadores da limpeza pública. A medida foi uma tentativa dos vereadores de agir como mediadores diante do agravamento da situação nas ruas da cidade.

“Nós tínhamos uma reunião marcada para amanhã da Comissão Parlamentar de Inquérito do Lixo, em virtude dessa nova paralisação nos antecipamos para hoje, justamente para tentar entrar como mediador, tentar realmente solucionar mais esse problema”, explicou.

Na segunda-feira (7), a Prefeitura de Teresina emitiu uma nota pública informando que o consórcio Recicle/Aurora não aceitou os termos de um acordo proposto para viabilizar o pagamento dos trabalhadores, gerando um novo descompasso na relação entre a empresa e o município. Para Fernando Lima, a divergência de informações prejudica o andamento dos serviços públicos de limpeza da cidade.

“É preocupante essa situação [relação entre a empresa e a Prefeitura]. A empresa diz que não tem valor a pagar, que fez o acordo, vai depositar o dinheiro judicialmente. A empresa diz que tem valores a receber, mas a questão e o principal foco da CPI é saber isso”, ressaltou.

A CPI do Lixo foi instaurada na Câmara com a missão de investigar as falhas na prestação do serviço de limpeza urbana em Teresina, que há meses tem gerado reclamações da população e impasses entre a Prefeitura e a empresa contratada.