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Foi lançada nesta segunda-feira (10) a terceira edição do Projeto Samuzinho, uma ação do SAMU de Teresina para formar socorristas mirins. A ideia é ensinar crianças de seis a 12 anos de idade a reconhecer e lidar com situações de urgência e emergência e, assim, reduzir o número de trotes que a central de controle do Serviço recebe diariamente. Dados do SAMU mostram que quase 1% das chamadas recebidas são trotes. Apesar de o número parecer baixo, representa muito em um serviço que lida com a corrida contra o tempo para salvar vidas.
A maioria desses trotes costuma acontecer no final da manhã e no final da tarde, horários que o SAMU já identificou como sendo os que as crianças costumam chegar da escola. Com o Projeto Samuzinho, estas crianças poderão conhecer como funciona a complexidade do SAMU e entender que se trata de um serviço sério que não pode ser alvo de brincadeiras ou mal-entendidos. A ideia é que estas crianças se tornem socorristas mirins a partir dos conhecimentos adquiridos e possam agir em determinadas situações sem precisar acionar uma ambulância.
“Nós vamos trabalhar todas essas questões, todos estes temas relacionados à urgência e emergência. Vamos ter 15 vagas no turno da manhã e 15 vagas no turno da tarde, trabalhando com a metodologia ativa e com o desenvolvimento de habilidades. As crianças vão aprender, fazendo. Firmamos parceria com alunos do curso de Enfermagem da Uespi para termos mais colaboradores e ensinar estas crianças a reconhecerem os sinais e sintomas de pessoas que estão em situação de emergência para atuar quando for preciso e chamar o SAMU quando necessário”, explica Isabel Cavalcante, coordenadora do Núcleo de Educação em Urgência (NEU) do SAMU.
O curso do Projeto Samuzinho terá carga horária de 40 horas. As crianças passarão cinco meses convivendo com os socorristas e conhecendo por dentro o funcionamento do SAMU. Adélia Oliveira, diretora do SAMU de Teresina, lembra que a iniciativa é um sucesso, tanto que já chega em sua terceira edição, formando socorristas mirins. “Esta criança vai reconhecer a importância do serviço, vai entender que o trote pode prejudicar outras pessoas, vai se formar como socorrista mirim. Queremos que as crianças se aproximem mais dos primeiros socorros para, quem sabe, conseguirem salvar vidas”, diz Adélia.
Uma das que conseguiu salvar uma vida foi Ana Beatriz Pereira, 18 anos. Ela é socorrista mirim formada pelo Projeto Samuzinho e salvou a vida de seu primo de sete meses de idade após um engasgo. Beatriz conta que estava em casa com a avó e o primo, que ainda era bebê, quando percebeu que ele estava engasgando após ter tomado a mamadeira. “Minha avó foi deitar após o almoço com ele, e eu tinha ficado na sala. Quando minha avó percebeu e me chamou, ele já estava até asfixiando, estava ficando com a pele roxa. No mesmo momento eu fui até eles, identifiquei a situação e executei a manobra. Estava bem calma pelo fato de eu entender a situação”, relata.
Presente na solenidade de lançamento, o presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Charles da Silveira, destacou a importância da iniciativa para ensinar sobre a complexidade do sistema de saúde pública da capital e conscientizar sobre os danos que os trotes causam à cadeia de atendimentos que tem como porta de entrada o SAMU.
“É a efetivação da cidadania. O SAMU é uma instituição na área de saúde de Teresina que é respeitada por todos. Queremos que as crianças possam ter informações, que sejam qualificadas para fazer um atendimento quando necessário. Queremos uma integração do SAMU com a cidade de forma que o Serviço funcione como formador qualificado para atendimento de urgência”, pontua Charles.
As inscrições para o Projeto Samuzinho poderão ser feitas por preenchimento de formulário que será disponibilizado no site da FMS e no Instagram do SAMU de Teresina.
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