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Esculpindo o futuro: esculturas de ferro por Braga Tepi

Beleza e delicadeza que brotam de ferros e sucatas pelas mãos do artista

23/02/2025 às 15h36

23/02/2025 às 15h36

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Quem poderia imaginar que ferros e sucatas poderiam se transformar em verdadeiras obras de arte? Nas mãos do teresinense Braga Tepi, moldar vergalhões, placas de ferro e engrenagens é algo tão natural em sua vida que chega a parecer massinha de modelar. A arte entrou em sua vida ainda na infância e, hoje, conquista o mundo.

Foi na escola, quando tinha por volta dos 5 anos, que fez seus primeiros desenhos. Seu processo criativo também esteve presente na adolescência, quando costumava fazer fanzines, estampas de camisas e as capas dos demos das bandas de rock que participava. Em um determinado ano, decidiu participar de uma edição do Salão de Humor, realizado na Praça Pedro II. Nessa época, ele fazia cartoons e já conquistava seus primeiros prêmios.

Braga Tepi já viajou para o Rio de Janeiro, São Paulo, e Brasília, onde representou o Piauí em diversas exposições e feiras - (Assis Fernandes/ODIA) Assis Fernandes/ODIA
Braga Tepi já viajou para o Rio de Janeiro, São Paulo, e Brasília, onde representou o Piauí em diversas exposições e feiras

“Eu tinha o sonho de sobreviver da arte, porque era algo que estava muito próximo de mim, mas vi que não conseguiria isso com o desenho e arte gráfica, e fiz um curso de tornearia mecânica e fundição de pressão, e logo depois eu consegui um emprego. Foi quando tive contato com o metal e comecei a aproveitar sucatas, criando esculturas para minha casa”, comenta.

Ao participar de uma exposição, uma de suas peças foi vendida, lhe mostrando que, sim, seu trabalho tinha público. Braga Tepi conquistou outros prêmios, como o do Salão de Artes Plásticas de Teresina. Foi graças a essas premiações que ele conseguiu comprar seus primeiros maquinários e montar um pequeno atelier na casa de sua mãe. O artista visual também viajou para o Rio de Janeiro, São Paulo, e Brasília, onde representou o Piauí em diversas exposições e feiras.

A carreira do artista começou a dar certo, e ele decidiu sair do emprego para se dedicar integralmente às suas criações, o que deu uma guinada em sua vida. Assim, surgiram convites para produzir peças únicas, como o Anjo Torto, instalada no Parque da Cidadania. A obra faz alusão ao poeta piauiense Torquato Neto, que escreveu um poema cujo título inspirou a escultura de Braga Tepi. Outra obra de Tepi é a “Deusa Thêmis”, a Deusa da Justiça na Mitologia Grega, que fica localizada em frente ao Tribunal de Justiça do Piauí.

A obra 'o Anjo Torto', instalada no Parque da Cidadania, faz alusão ao poeta piauiense Torquato Neto - (Assis Fernandes/ODIA) Assis Fernandes/ODIA
A obra 'o Anjo Torto', instalada no Parque da Cidadania, faz alusão ao poeta piauiense Torquato Neto

O humorista piauiense Whindersson Nunes encomendou uma peça do artista visual Braga Tepi, e divulgou a obra de arte em suas redes sociais. O sucesso foi tanto que Braga passou a receber encomendas de outros países, como México, Argentina, Uruguai, Estados Unidos, Portugal e até da Índia.

As esculturas de Braga Tepi são feitas sob encomenda, seguindo os pedidos de seus clientes. Porém, suas inspirações autorais são mais mecanizadas, voltadas para o futurismo. Com engrenagens e peças de veículos, ele transforma o aço em obras incríveis. O artista chama essa linha de trabalho de ‘arqueologia do futuro’, pois explora uma visão de como a humanidade pode ser transformada pela tecnologia e pela máquina.

 O artista chama essa linha de trabalho de ‘arqueologia do futuro’, explorando uma visão de como a humanidade pode ser transformada pela tecnologia e pela máquina. - (Assis Fernandes/ODIA) Assis Fernandes/ODIA
O artista chama essa linha de trabalho de ‘arqueologia do futuro’, explorando uma visão de como a humanidade pode ser transformada pela tecnologia e pela máquina.

“[O estilo] é um achado de como você imagina a humanidade no futuro. Estamos passando por uma transição e, aos poucos, a máquina está engolindo a humanidade, com o ser humano perdendo a sensibilidade e se entregando totalmente à máquina. O artista produz de acordo com a época que ele vive e com o seu cotidiano”, destaca.

Trabalhar com ferro não é algo fácil, exige habilidades, destreza com os maquinários e sensibilidade. Grande parte da matéria-prima vem das sucatas. No entanto, Tepi tem trabalhado atualmente com o inox, um material mais leve e mais resistente.

“Para fazer uma obra de arte dessas tem toda uma caminhada até chegar ao resultado final. É muito material e muito equipamento, ou seja, se um der problema, compromete todo o processo. O ferro enferruja, isso é inevitável, então comecei a trabalhar com o inox. É um material mais duro, mas o resultado ficou interessante, pois a peça se torna mais leve. E também desenvolvi uma técnica para escurecer a peça, e, ao fazer o polimento, ela fica com acabamento brilhoso e envelhecido”, revela.


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