A defesa da vereadora Tatiana Medeiros voltou a negar, nesta terça-feira (25), qualquer envolvimento de facções criminosas em uma suposta compra de votos nas eleições de 2024, suspeita que foi alvo de investigação da Operação Escudo Eleitoral. A afirmação foi reforçada pelo advogado Samuel Castelo Branco, que destacou ainda que as premissas iniciais da investigação da Polícia Federal não se confirmaram.
Neste segundo dia de audiência de instrução e julgamento, Tatiana chegou em silêncio ao Fórum, acompanhada do advogado e tio, Francisco Medeiros. A expectativa é de que hoje, 23 testemunhas de defesa sejam ouvidas ao longo do dia. A vereadora e outros oito réus são investigados por participação em um esquema de fraude eleitoral, além de suspeitas de organização criminosa e corrupção eleitoral.
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A defesa sustenta que não houve facção envolvida na compra de votos nas eleições. "O que eu posso dizer e que eu já tenho dito desde o início é que não há envolvimento de facção. As premissas que iniciaram a investigação da Polícia Federal não se confirmaram. Nós estamos discutindo se houve ou não compra de voto. Basicamente é isso. Não está em questão se facção A, B ou C teve envolvimento no processo eleitoral. É bom deixar bem claro, que a sociedade fique tranquila que não houve, pelo menos nesse caso, envolvimento de facção criminosa dentro do processo eleitoral”, disse o advogado Samuel Castelo Branco.
O advogado sustenta ainda que teria havido uma "contaminação de provas", sobretudo nos dados obtidos pelo COAF. “É uma tese que nós levantamos e que será apreciada no momento oportuno pela magistrada. No momento ela viu que isso não serviria para impedir a instrução processual. A gente também compareceu, estamos instruindo o processo como ela determinou e ao final acho que na certeza ela deve rever toda essa argumentação da defesa”, afirmou.
Sobre a alegação de que as supostas provas obtidas por meio de dados do COAF, o promotor Plínio Fontes evitou tratar sobre e preferiu se ater às investigações. “O que interessa ao Ministério Público é descobrir a verdade, sem se prender a formalidades que não serem a ninguém”.
Na segunda-feira (24), foram ouvidos os delegados das polícias Civil e Federal, que instruíram o inquérito. Para o promotor de Justiça Plínio Fontes, do Ministério Público do Piauí, os depoimentos são de extrema relevância, uma vez os delegados acompanharam toda a investigação e puderam dar detalhes de como as provas foram produzidas. Ontem também foram coletados os depoimentos de duas testemunhas que teriam recebido dinheiro em troca de votos.
Defesa pode pedir revogação da prisão domiciliar de Tatiana
Quanto à possibilidade de solicitar a revogação da prisão domiciliar da vereadora, o advogado afirmou que a decisão será tomada após a análise das provas produzidas na audiência. “Na verdade, isso é um objetivo que a gente vai avaliar a partir da produção de provas. Ao final, nós vamos ver se esse pleito será ou não formulado aqui em audiência”, informou Samuel Castelo Branco.
“Não há dúvidas sobre envolvimento do namorado de Tatiana Medeiros com o B40”, diz delegada
Entre os primeiros depoentes na audiência de julgamento da vereadora Tatiana Medeiros (PSB) nesta segunda-feira (24), estavam os delegados da Polícia Federal e da Polícia Civil envolvidos nos inquéritos referentes aos processos. Prestaram depoimento nas condições de testemunhas o delegado da PF, Daniel Araújo Alves, e a delegada do Denarc, Adília Klein.
Durante o depoimento, ela foi questionada pela defesa dos réus sobre a participação de Alandilson na organização criminosa. Os advogados alegam que ele não seria integrante da facção e que Tatiana Medeiros não sabia que o namorado tinha envolvimento com o tráfico.
Adília foi questionada ainda se Alandilson teria sido visto em alguma boca de fumo, algo que o colocaria no local de cometimento dos delitos a ele imputados. A este questionamento, a delegada respondeu que ele não teria esse tipo de participação no grupo e que, pela hierarquia da facção, ele estaria vinculado na organização logística dos crimes e não diretamente na venda da droga.
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