A Secretaria da Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), por meio da Polícia Civil do Estado (PC-PI), divulgou nesta quinta-feira (5) o nome dos investigados da Operação Carbono Oculto 86, que investiga a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis do estado. A ação resultou na interdição de 31 postos de combustíveis e na identificação de um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio por meio de empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs.
De acordo com as investigações, o braço financeiro da facção paulista estaria operando no Piauí por meio de uma rede de empresários e intermediários locais que movimentavam capitais ilícitos e praticavam fraudes no mercado de combustíveis. O grupo mantinha conexões diretas com operadores financeiros e fundos já investigados pela operação nacional “Carbono Oculto”, que desarticulou um esquema estimado em R$ 52 bilhões.
O Inquérito foi instaurado após a venda da Rede de Postos HD, conglomerado com dezenas de unidades distribuídas entre Piauí, Maranhão e Tocantins. A transação ocorreu em dezembro de 2023, tendo como compradora a Pima Energia Participações Ltda, empresa que iniciou suas atividades oficialmente em 22 de dezembro de 2023, apenas seis dias antes da aquisição.
Embora o valor da negociação não tenha sido divulgado, estima-se que envolva milhões de reais. As autoridades identificaram inconsistências patrimoniais, alterações societárias simultâneas e a criação de empresas com endereço na Avenida Paulista (SP), sem lastro econômico compatível com o volume de negócios movimentado.
Além do esquema de lavagem de dinheiro, o grupo também é investigado por fraude fiscal e crimes contra a ordem econômica e as relações de consumo. Órgãos de fiscalização como o IMEPI e o PROCON/MPPI já haviam identificado irregularidades recorrentes nos postos da rede, comprovando práticas lesivas aos consumidores piauienses.
Quem são os investigados?
A Polícia Civil identificou empresários e intermediários ligados à estrutura criminosa. Entre eles estão:
- Haran Santhiago Girão Sampaio e Danillo Coelho de Sousa – antigos proprietários da Rede de Postos HD, apontados como responsáveis pela expansão do grupo e posterior “venda” para a Pima Energia.
- Moisés Eduardo Soares Pereira e Salatiel Soido de Araújo – empregados e intermediários locais, supostamente utilizados como laranjas em holdings sediadas em São Paulo.
- Denis Alexandre Jotesso Villani – empresário paulista vinculado à Rede Diamante, com participação em 40 empresas, incluindo 12 postos no Piauí.
- Rogério Garcia Peres – gestor da Altinvest Gestão de Recursos, já apontado como operador financeiro do PCC.
A Polícia divulgou também as empresas investigadas na Operação:
- Pima Energia Participações Ltda – holding criada dias antes da compra da Rede HD; associada ao Jersey Fundo de Investimentos e à Altinvest.
- Mind Energy Participações Ltda. – segunda empresa utilizada para transferência de parte das unidades, também sediada em São Paulo.
- Rede Diamante / DNPX Diamante Nice Participações Ltda. – nova bandeira assumida por 12 postos no Piauí e Maranhão; controlada por Denis Villani.
- Fundos e fintechs envolvidos: Altinvest, Jersey FIP, GGX Global Participações, Duvale Distribuidora, Copape Produtos de Petróleo.
Próximos passos
Com a deflagração da Operação Carbono Oculto 86, a Polícia Civil deve aprofundar as investigações para identificar a extensão do esquema e o envolvimento de outros empresários e operadores financeiros. Segundo a SSP-PI, a ação representa um duro golpe contra o braço econômico do PCC e visa restituir a legalidade ao setor de combustíveis no estado.
Os investigados poderão responder por lavagem de dinheiro, organização criminosa, fraude fiscal e crimes contra a ordem econômica. A Polícia Civil informou que novas fases da operação não estão descartadas.
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