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Veja quem são os investigados por suspeita de usar postos de combustíveis para lavar dinheiro do PCC

Ao todo 31 postos de combustíveis foram interditados no Piauí na Operação Carbono Oculto 86, deflagrada nesta quinta-feira (5).

05/11/2025 às 12h06

A Secretaria da Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), por meio da Polícia Civil do Estado (PC-PI), divulgou nesta quinta-feira (5) o nome dos investigados da Operação Carbono Oculto 86, que investiga a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis do estado. A ação resultou na interdição de 31 postos de combustíveis e na identificação de um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio por meio de empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs.

Veja quem são os investigados por suspeita de usar postos de combustíveis para lavar dinheiro do PCC - (Divulgação / PCPI) Divulgação / PCPI
Veja quem são os investigados por suspeita de usar postos de combustíveis para lavar dinheiro do PCC

De acordo com as investigações, o braço financeiro da facção paulista estaria operando no Piauí por meio de uma rede de empresários e intermediários locais que movimentavam capitais ilícitos e praticavam fraudes no mercado de combustíveis. O grupo mantinha conexões diretas com operadores financeiros e fundos já investigados pela operação nacional “Carbono Oculto”, que desarticulou um esquema estimado em R$ 52 bilhões.

O Inquérito foi instaurado após a venda da Rede de Postos HD, conglomerado com dezenas de unidades distribuídas entre Piauí, Maranhão e Tocantins. A transação ocorreu em dezembro de 2023, tendo como compradora a Pima Energia Participações Ltda, empresa que iniciou suas atividades oficialmente em 22 de dezembro de 2023, apenas seis dias antes da aquisição.

Embora o valor da negociação não tenha sido divulgado, estima-se que envolva milhões de reais. As autoridades identificaram inconsistências patrimoniais, alterações societárias simultâneas e a criação de empresas com endereço na Avenida Paulista (SP), sem lastro econômico compatível com o volume de negócios movimentado.

Além do esquema de lavagem de dinheiro, o grupo também é investigado por fraude fiscal e crimes contra a ordem econômica e as relações de consumo. Órgãos de fiscalização como o IMEPI e o PROCON/MPPI já haviam identificado irregularidades recorrentes nos postos da rede, comprovando práticas lesivas aos consumidores piauienses.

Quem são os investigados?

A Polícia Civil identificou empresários e intermediários ligados à estrutura criminosa. Entre eles estão:

  • Haran Santhiago Girão Sampaio e Danillo Coelho de Sousa – antigos proprietários da Rede de Postos HD, apontados como responsáveis pela expansão do grupo e posterior “venda” para a Pima Energia.
  • Moisés Eduardo Soares Pereira e Salatiel Soido de Araújo – empregados e intermediários locais, supostamente utilizados como laranjas em holdings sediadas em São Paulo.
  • Denis Alexandre Jotesso Villani – empresário paulista vinculado à Rede Diamante, com participação em 40 empresas, incluindo 12 postos no Piauí.
  •  Rogério Garcia Peres – gestor da Altinvest Gestão de Recursos, já apontado como operador financeiro do PCC.

A Polícia divulgou também as empresas investigadas na Operação:

  • Pima Energia Participações Ltda – holding criada dias antes da compra da Rede HD; associada ao Jersey Fundo de Investimentos e à Altinvest.
  • Mind Energy Participações Ltda. – segunda empresa utilizada para transferência de parte das unidades, também sediada em São Paulo.
  • Rede Diamante / DNPX Diamante Nice Participações Ltda. – nova bandeira assumida por 12 postos no Piauí e Maranhão; controlada por Denis Villani.
  • Fundos e fintechs envolvidos: Altinvest, Jersey FIP, GGX Global Participações, Duvale Distribuidora, Copape Produtos de Petróleo.

Próximos passos

Com a deflagração da Operação Carbono Oculto 86, a Polícia Civil deve aprofundar as investigações para identificar a extensão do esquema e o envolvimento de outros empresários e operadores financeiros. Segundo a SSP-PI, a ação representa um duro golpe contra o braço econômico do PCC e visa restituir a legalidade ao setor de combustíveis no estado.

Os investigados poderão responder por lavagem de dinheiro, organização criminosa, fraude fiscal e crimes contra a ordem econômica. A Polícia Civil informou que novas fases da operação não estão descartadas.


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