A indefinição em torno da análise do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao aumento das bancadas parlamentares mantém em alerta a classe política no Piauí. Caso a decisão seja mantida pelo Congresso Nacional, o Piauí poderá perder duas cadeiras na Câmara dos Deputados e seis na Assembleia Legislativa (Alepi).
Ao O Dia, o presidente da Alepi, deputado Severo Eulálio (MDB), chamou atenção para o clima de instabilidade política em Brasília, que pode comprometer a defesa dos interesses do estado.
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“Não é um tema fácil, é um tema difícil. O Brasil está passando por um momento complicado em Brasília, de muita turbulência. Então, esse tema está, no momento, aguardando o que resolver. E para ter esse tema favorável, para voltar a discutir e diante voltar no Congresso Nacional”, destacou o parlamentar.
O veto de Lula foi publicado em 17 de julho, e o prazo de 30 dias úteis para análise no Congresso se encerra na terça-feira, 26 de agosto. Se a decisão não for votada até essa data, o veto pode paralisar outras deliberações parlamentares.
Eulálio ressaltou que já houve articulação prévia com o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), mas reforçou que a definição depende diretamente do presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que deve pautar a matéria.
“Estamos na expectativa de ser pautado esse veto dado pelo presidente Lula, de ser pautado pelo presidente Alcolumbre, que é o presidente do Congresso Nacional. Isso tem que ser votado tanto na Câmara Federal, se porventura derrubar o veto, é apreciado também pelos senadores. E se derrubar também os senadores, vai valer aquela primeira definição da Câmara”, afirmou.
Risco de perda
A manutenção do veto reduziria a bancada federal do Piauí de 10 para 8 deputados federais e a Assembleia Legislativa de 30 para 24 deputados estaduais. Na prática, isso significaria um enfraquecimento do peso político do estado em votações estratégicas, além de menos poder de negociação em comissões e na destinação de recursos federais.
Eulálio alertou que a conjuntura política nacional, marcada por disputas e instabilidade, pode tornar ainda mais difícil a reversão do quadro.
“Não tive mais diálogo diretamente com o presidente Hugo Motta depois que o presidente Lula vetou. Nós tivemos a oportunidade de conversar com ele anteriormente onde ele nos mostrou o mérito que realmente conseguiu a aprovação, junto aos demais deputados, do projeto de lei que mantinha o número de vagas dos parlamentares do Estado do Piauí. Vamos aguardar as definições”, concluiu.
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