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Piauí registra queda na safra de grãos pelo segundo ano consecutivo

Culturas como soja, milho e arroz; frutos como a castanha do caju e acerola também apresentaram redução; dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE.

16/12/2025 às 10h52

A safra de grãos do Piauí voltou a registrar queda em 2025, marcando o segundo ano consecutivo de retração na produção agrícola do estado. É o que revelam os dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção caiu 1,96% em relação a 2024, o que representa cerca de 113 mil toneladas a menos.

Piauí registra queda na safra de grãos pelo segundo ano consecutivo - (Reprodução / Aprosoja) Reprodução / Aprosoja
Piauí registra queda na safra de grãos pelo segundo ano consecutivo

Em 2025, o estado produziu 5,67 milhões de toneladas de grãos, frente às 5,78 milhões de toneladas registradas no ano anterior. Na série histórica da pesquisa, o melhor desempenho foi observado em 2023, quando a produção alcançou 6,44 milhões de toneladas — volume 12% superior ao atual.

As culturas que mais influenciaram o resultado negativo foram a soja e o milho, responsáveis por 92% da produção total de grãos no Piauí. A soja apresentou redução de 228,8 mil toneladas, o equivalente a uma queda de 6%, enquanto o milho teve diminuição de 31,3 mil toneladas (-1,88%). Outras culturas também registraram desempenho negativo em 2025. O arroz teve queda de 19,9 mil toneladas (-23,98%), o feijão recuou 16,3 mil toneladas (-31%) e a fava apresentou redução de 259 toneladas (-38,14%).

Em contrapartida, duas culturas apresentaram crescimento: o sorgo, com aumento expressivo de 149,7 mil toneladas (147,16%), e o algodão, que cresceu 33,9 mil toneladas (48,98%). Segundo Pedro Andrade, chefe da Seção de Pesquisas Agropecuárias do IBGE no Piauí, os fatores climáticos foram determinantes para o resultado. “As condições do clima se mostraram muito severas ao longo do ano e, assim, tivemos uma perda muito forte na produção, em especial na cultura do feijão”, explica.

Piauí registra queda na sagra de grãos pelo segundo ano consecutivo - (Reprodução) Reprodução
Piauí registra queda na sagra de grãos pelo segundo ano consecutivo

Produção de castanha de caju sofreu forte queda; RN passou o Piauí

A produção de castanha de caju no Piauí também apresentou forte retração em 2025. O estado produziu 14,5 mil toneladas, uma queda de 42,6% em relação a 2024, quando a produção foi de 25,3 mil toneladas. Trata-se da maior redução proporcional entre os estados produtores, o que fez o Piauí perder a posição de segundo maior produtor nacional, alcançada no ano anterior.

Produção de castanha de caju sofreu queda; RN passou o Piauí e se tornou 2° maior produtor - (GOV PI / Felipe Soares) GOV PI / Felipe Soares
Produção de castanha de caju sofreu queda; RN passou o Piauí e se tornou 2° maior produtor

Na série histórica, o maior volume já registrado no estado foi em 2008, com 56,2 mil toneladas. O resultado de 2025 representa uma queda de 74% em relação a esse pico. De acordo com Pedro Andrade, a redução expressiva está associada à escassez de chuvas e à ocorrência de pragas que afetaram as áreas de cultivo no estado.

Em nível nacional, a produção de castanha de caju em 2025 foi de 135,9 mil toneladas, o que representa uma queda de 14,64% em comparação com o ano anterior. A redução ocorreu em praticamente todos os estados produtores, com exceção do Rio Grande do Norte e do Pará, que registraram crescimento de 32,27% e 17,14%, respectivamente.

Apesar da queda de 17,69% em sua produção, o Ceará manteve a liderança nacional, concentrando 61,73% da produção brasileira. O Rio Grande do Norte passou a ocupar a segunda posição, com 20% da produção total, seguido pelo Piauí, que ficou com 10,69%.

Produção de acerola também apresentou grande queda

Outro destaque negativo do levantamento é a produção de acerola. O Piauí já figurou como o sexto maior produtor do país, com 4,7 mil toneladas em 2017, segundo o Censo Agropecuário. No entanto, em 2025, houve uma redução de quase 60% da área plantada, o que provocou forte impacto na produção.

Segundo o LSPA do IBGE, a produção caiu de quase 4 mil toneladas em 2024 para apenas 1,7 mil toneladas em 2025. A acerola é considerada uma cultura permanente, de ciclo longo, com produção ao longo de vários anos sem necessidade de novo plantio. No estado, a principal região produtora está localizada nos tabuleiros litorâneos, especialmente em Parnaíba.

Pedro Andrade explica que fatores mercadológicos foram decisivos para esse cenário. “As empresas que compravam a colheita saíram do mercado, forçando os produtores a abandonarem a produção, dizimando grande parte da área plantada”, conclui.


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Com informações do IBGE