O secretário estadual de Fazenda, Emílio Júnior, avaliou nesta quinta-feira (28) a situação das contas públicas do Piauí em 2025 e não descartou a possibilidade de adiar novos investimentos como medida para manter o equilíbrio fiscal. As declarações foram concedidas ao PortalODia.com.

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Piauí pode adiar investimentos para garantir equilíbrio fiscal, afirma secretário da Fazenda

Segundo o gestor, o fechamento do segundo quadrimestre, previsto para o fim de agosto, será determinante para definir os próximos passos da política fiscal. Até o momento, o Estado registra crescimento nominal em torno de 9% tanto no Fundo de Participação dos Estados (FPE) quanto no ICMS. No entanto, as despesas e a pressão por novos investimentos superam esse percentual.

“É um ano desafiador. Com certeza, nós teremos um final, próximo quadrimestre, com muita dificuldade. Vamos ter que segurar muito bem todos os investimentos novos que possam ser adiados. Neste momento, nós faremos esse adiamento para aguardar o que a gente tem de alguma receita extraordinária que seja acima daquilo que a gente estava dentro das nossas expectativas. Se forem investimentos que possam ser adiados, neste momento eles serão adiados”, destacou.

De acordo com o secretário, o elevado volume de investimentos realizados pelo Estado acaba aumentando o custeio e gerando impacto sobre a folha de pagamento. Ele lembrou que, no ano passado, o reajuste salarial dos servidores foi de 5,35%, somado a promoções e nomeações que ampliaram o comprometimento da receita.

“O Estado vem fazendo muitos investimentos e isso é natural que ao fazer os investimentos você tem aumento de custos, você tem investimentos com recursos próprios que às vezes você tem que fazer minimamente, você tem a manutenção de fazer os poderes. Nós tivemos o aumento da folha salarial em 5,35% no ano passado, além de mais promoções e as nomeações. Com isso, você tem todo um conjunto de despesas que acompanham a questão do andar do Estado do Piauí. Então, como as receitas estão nesse patamar de 9%, como crescimento bruto, você tem que trazer também os investimentos e as despesas para esse patamar”, explicou.

Emílio Júnior ressaltou que o desafio é grande porque o governador Rafael Fonteles tem como prioridade áreas essenciais como segurança, saúde e educação.

“O desafio da Sefaz é sempre estar fazendo com que esse planejamento seja esse cobrando a sociedade por mais melhorias possam ser atendidas, mas dentro das limitações dos recursos financeiros do Estado”, disse.

Folha de pagamento não é prioridade

Ao comentar sobre a folha de pessoal, o secretário reforçou que o pagamento dos servidores continua sendo realizado normalmente pelo governo. Contudo, a atividade não é uma prioridade para a gestão, haja vista os inúmeros investimentos que estão sendo realizados no Piauí.

“Folha de pagamento é prioridade zero do Estado. Isso é um fato passado que acontecia no estado, mas isso não acontece dentro do nosso governo Rafael. Os investimentos são aquilo que a gente imagina”, afirmou.

Ele acrescentou que o Estado está realizando uma nova operação de crédito, voltada principalmente para investimentos em infraestrutura e rodovias. O valor total gira em torno de R$ 3 bilhões, dos quais cerca de R$ 480 milhões devem ser aplicados ainda em 2025, e outros R$ 2,5 bilhões em 2026.