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O mercado de trabalho piauiense tem se tornado cada vez mais autônomo. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), do IBGE, que foi divulgada nesta quarta-feira (19) demonstra que o Piauí é um dos estados onde o trabalho informal e por conta própria vem predominando entre a população economicamente ativa.
No Piauí, cerca de 382 mil pessoas de 14 anos ou mais estavam ocupadas por conta própria no mercado em 2024. Destas, 334 mil, o equivalente a 87,5%, estavam em situação de informalidade pois não possuíam Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Significa dizer que nove em cada dez trabalhadores autônomos piauienses estão na informalidade. Só 48 mil piauienses ocupados por conta própria trabalhavam formalmente, com registro no CNPJ.
Os Estados com a maior proporção de pessoas ocupadas por conta própria em situação de informalidade são o Maranhão (92,6%), Amazonas (92,2%) e o Pará (91,5%). As menores proporções estão nos estados do Rio de Grande do Sul (62,3%), São Paulo (63,4%) e Santa Catarina (64,6%). No Brasil, 74,3% das pessoas ocupadas por conta própria estavam em situação de informalidade, sem inscrição no CNPJ. A média piauiense, apesar de ser considerada alta, ainda está abaixo da nacional.
Da mesma forma que a informalidade, também chama a atenção no Piauí a quantidade de profissionais não sindicalizados, ou seja, que não são filiados a nenhum tipo de associação de classe. Em 2012, segundo o IBGE, chegava a 314 mil o número de pessoas ocupadas no mercado de trabalho piauiense que estavam associadas a sindicatos de trabalhadores. Esse número reduziu para 191 mil em 2024, uma queda de 39,17% que, em números absolutos, equivale a 123 mil trabalhadores sindicalizados a menos.
Em termos proporcionais, em 2012, um total de 23,7% das pessoas ocupadas no Piauí estavam sindicalizadas, proporção que reduziu para 17,6% em 2023 e para 13,9% em 2024. O IBGE pontua que mesmo com essa redução, o Piauí permanece sendo ainda o estado com a maior proporção de trabalhadores sindicalizados do Brasil.
No país, em 2024, havia cerca de 9 milhões de pessoas ocupadas no mercado de trabalho que estavam associadas a sindicatos, uma redução de 36,8% em relação ao quantitativo de sindicalizados em 2012 (14,3 milhões de pessoas). Em termos proporcionais, 16,1% dos trabalhadores brasileiros estavam sindicalizados em 2012, tendo reduzido este número para 8,4% em 2023 e voltando para 8,9% em 2024.
Além do Piauí, os estados que apresentam as maiores proporções de sindicalizados são o Rio Grande do Sul (12,6%), Maranhão (11,7%) e o Distrito Federal (11,5%). As menores proporções ficaram com Rondônia (4,6%), Goiás (5,4%) e Amazonas (5,5%).
Nível de ocupação do piauiense passou de 50%
Outro dado que a PNAD do IBGE divulgou nesta quarta-feira (19) diz respeito ao nível de ocupação do piauiense, que voltou a superar 50% em 2024. Nível de ocupação se refere às pessoas em idade de trabalhar que encontraram alguma colocação no mercado de trabalho. Desde 2018 o nível de ocupação do mercado de trabalho piauiense se mantinha abaixo de 50%.
Mas em 2024, o nível de ocupação no Piauí chegou a 50,70%, ainda abaixo do recorde da série histórica que foi observado em 2015 (56,63%), mas considerado um saldo positivo para o estado. Dentre os estados, em 2024, os maiores níveis de ocupação no mercado de trabalho Foram encontrados no Mato Grosso (68,3%), Santa Catarina (66,96%) e Goiás (65,21%). Os menores indicadores ficaram com O Maranhão (47,10%), Acre (48,54%) e Ceará (48,63%).
Dentre os estados da região Nordeste, o nível de ocupação da população registrado no Piauí foi o terceiro maior, ficando atrás somente de Sergipe (54,73%) e da Bahia (51,90%). Em relação a todos os estados do país, o Piauí registrou o oitavo menor nível de ocupação.
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