O Ministério Público do Piauí recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que seja realizada a audiência de julgamento de Alandilson Cardoso Passos, namoradora da vereadora Tatiana Medeiros, por lavagem de dinheiro e ocultação de bens. Alandilson deveria ter passado por audiência ontem (02), mas a sessão foi cancelada, porque a defesa de um dos réus, Erisvaldo Cruz da Silva, impetrou habeas corpus pedindo a desconsideração de um relatório do COAF que foi usado como prova no inquérito.

Segundo a defesa, o Relatório de Inteligência Financeira (RIF) foi solicitado diretamente ao COAF, sem ordem judicial, o que o tornaria ilegal. Logo, todas as provas decorrentes do documento também seriam ilícitas. A justiça piauiense, então, cancelou a audiência de Alandilson e dos demais réus até que as instâncias superiores se manifestassem. Na decisão, a 1ª Câmara Especializada Criminal pediu que o Ministério Público se pronunciasse.

Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Ministério Público recorre ao STF para que namorado de Tatiana Medeiros seja julgado

O Ministério Público o fez e, por meio da 20ª Procuradoria de Justiça do Estado, entrou com um recurso junto ao STF para que a audiência seja realizada e Alandilson, junto com os demais réus, seja julgado. O recurso foi recebido no dia 01 pelo Supremo e tem como relator o ministro Gilmar Mendes. A peça será analisada pela 2ª Turma.

De acordo com a procuradora de Justiça Zélia Saraiva Lima, autora do recurso, o Tribunal de Justiça do Piauí caiu em contradição ao “reconhecer a repercussão geral e, mesmo assim, excluir as provas do processo, considerando-as ilegais”.

Alandilson Cardoso Passos foi preso em 2024, acusado de integrar uma facção criminosa em Teresina e por associação ao tráfico. Namorado da vereadora Tatiana Medeiros (PSB), ele teria ajudado a financiar a candidatura dela na eleição municipal com recursos, segundo a polícia, oriundos de fontes ilícitas. Junto com mais 15 pessoas, ele é réu na justiça e responde por crimes como lavagem de dinheiro, corrupção, ocultação de bens, direitos ou valores oriundos de corrupção e crimes praticados contra a administração geral.