O senador Ciro Nogueira (PP) afirmou nesta segunda-feira (15), em entrevista ao Sistema O Dia, que não faz oposição ao país, mas sim ao governo, criticando a condução da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o que chamou de “cortina de fumaça” criada em torno de temas polêmicos, como o projeto de anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

Assis Fernandes / O Dia

Ciro Nogueira afirma que Congresso perde 80% do tempo com discussões inúteis.

Segundo o parlamentar, o governo tem usado pautas ideológicas para desviar a atenção de problemas que considera mais urgentes, como segurança, saúde e o preço dos alimentos.

“A gente perde 80% do nosso tempo em Brasília com discussões inúteis para a sociedade, que são coisas que não vão melhorar a vida da gente, mas que têm que acontecer, como a anistia, que o ideal era que tivesse sido aprovada e virado a página da nossa história. Não me alegra a questão do quebra-quebra do Congresso Nacional, Supremo e Palácio do Planalto, que deveriam pagar por depredação do bem público e não por golpe.”

Ciro reforçou que torce pelo sucesso do país, mas critica os rumos da economia e da política nacional, citando a alta taxa Selic, de 15%, e o risco de uma nova crise econômica caso não haja mudanças.

“Eu não torço quanto pior, melhor, torço pelo meu país. Eu faço oposição ao governo, não faço oposição ao país e torço para que o governo acerte, porque se errar quem sofre é a população de baixa renda, que é a maioria da população do nosso estado, que sofre com a inflação, com a violência e com a falta de saúde”, declarou.

Nome do Progressistas para disputar o governo será definido por pesquisa

Sobre as eleições estaduais de 2026, Ciro afirmou que o Progressistas está construindo um plano de governo liderado por Margarete Coelho e que o candidato ao governo será escolhido com base em pesquisas realizadas em todo o estado. Ele destacou que o partido tem ouvido lideranças locais para identificar os problemas e propor soluções para o que chama de “25 anos de atraso dos governos do PT”.

“Nosso estado nesses 25 anos não resolveu nada. O povo ainda está com sede, fome e sem emprego decente. Existe um êxodo da população, há mais gente saindo do Piauí do que entrando, e isso mostra que as pessoas estão tendo que procurar oportunidade de trabalho em outros estados”, disse.

Ciro afirmou ainda que Joel Rodrigues é hoje o político mais popular do estado, mas que a decisão sobre a candidatura só será tomada no próximo ano, que deve ser confirmada por meio de pesquisas internas.

“O candidato nós vamos escolher no próximo ano, fruto de pesquisa, em entendimento com os prefeitos, com as lideranças e a população. O mais importante agora é deixar a eleição para o próximo ano e cuidarmos de apresentar tanto o meu trabalho como senador quanto um projeto de governo consistente”, afirmou.

Por fim, o senador criticou os institutos de pesquisa, citando o resultado das eleições municipais em Teresina, quando pesquisas apontavam Fábio Novo (PT) como favorito para vencer no primeiro turno, o que não se confirmou.

“Eu acho que nada é mais importante para um instituto de pesquisa que a sua credibilidade. Para mim, o instituto que errar o resultado eleitoral deveria ser proibido de fazer pesquisa, pois tem a margem de erro e não pode errar como aqui no Piauí, que dizia que o Fábio Novo ia ganhar e aconteceu o oposto”, concluiu.