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Estoques críticos no Hemopi reforçam urgência no Dia do Doador de Sangue

Com níveis baixos de sangue e plaquetas, Hemopi e GSH intensificam companhas para atrair doadores e garantir atendimento hospitalar seguro durante o período de festas.

25/11/2025 às 09h40

25/11/2025 às 09h40

Com a aproximação do período de festas de final de ano, hospitais em todo o país enfrentam a silenciosa e constante pressão de emergências lotadas, com aumento de cirurgias e multiplicação de acidentes. Nessa mesma época, o movimento nos bancos de sangue, que já não costuma ser alto, tende a cair ainda mais. No mês de novembro, dedicado ao Dia do Doador de Sangue, celebrado nesta terça-feira (25), instituições reforçam o alerta: sem doação regular, vidas ficam em risco.

Estoques críticos no Hemopi reforçam urgência no Dia do Doador de Sangue - (Reprodução/Agência Brasil) Reprodução/Agência Brasil
Estoques críticos no Hemopi reforçam urgência no Dia do Doador de Sangue

Em Teresina, o sinal de preocupação aparece em números do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi). Apesar de o estoque de alguns tipos sanguíneos estarem com níveis adequados, outros entram em estado crítico e requerem atenção. Os tipos AB negativo e O negativo, por exemplo, estão no limite e precisam de doações urgentes. A situação das plaquetas é ainda mais complicada, com A+, A-, B-, AB- e O+ se encontrando em patamar crítico. As demais também exigem cuidado, com boa parte em nível de alerta. O quadro revela o desafio de manter os estoques equilibrados em um momento que, historicamente, exige atenção redobrada.

Enquanto isso, o GSH Banco de Sangue de Teresina intensifica suas ações. A instituição realiza, ao longo de todo o mês, a campanha Viva a Vida Transformando a Solidariedade em Esperança. A proposta é valorizar aqueles que já doam com frequência e convidar novos voluntários a abraçarem essa causa que salva vidas de forma direta e, muitas vezes, imediata.

O gesto de doar pode parecer pequeno para quem está saudável, mas é determinante para pacientes que enfrentam cirurgias, tratamentos oncológicos, anemias severas e emergências traumáticas, entre outras situações.

O vice-presidente médico do Grupo GSH, Dr. Leandro Felipe Figueiredo Dalmazzo, explica que o mês de novembro já se tornou um período tradicional de mobilização dentro da instituição. Segundo ele, a campanha deste ano reforça a importância da doação contínua, principalmente em tempos em que a demanda cresce e a reposição acaba não acompanhando o ritmo. De acordo com o médico, cada doador se transforma em agente de esperança, e não há exagero na frase, já que uma única bolsa pode salvar até quatro vidas.

Os dados do Ministério da Saúde mostram que o Brasil mantém entre 1,4 e 1,8 da população como doadora de sangue. O índice se encontra dentro dos parâmetros recomendados pela Organização Mundial da Saúde, que indica entre 1% e 3%. Mesmo assim, especialistas defendem que o país precisa de margens mais folgadas para atravessar períodos críticos sem sobressaltos.

A realidade dos estoques atuais do Hemopi confirma essa necessidade. Enquanto os tipos A+, A–, B+, O+ e AB+ apresentam situação confortável, o AB– e o O– seguem em alerta máximo. As plaquetas, por sua vez, sofrem com variações constantes e grande demanda, em um cenário que muda rapidamente e exige fluxo contínuo de reposição.

Em meio ao desafio do abastecimento, histórias reais ajudam a mostrar que a doação é simples e possível para muita gente. É o caso de Leonardo Bruno Carvalho Avelino, 34 anos, doador regular de plaquetas que está prestes a alcançar sua centésima quinta doação. “Eu fiz a minha primeira doação exatamente no dia em que completei 18 anos. A experiência aconteceu de forma muito natural, e minha motivação permanece inabalável desde então: poder ajudar e retribuir ao mundo as bênçãos que recebi ao longo da vida”, diz ele.

Estoques críticos no Hemopi reforçam urgência no Dia do Doador de Sangue - (Divulgação/GSH Banco de Sangue) Divulgação/GSH Banco de Sangue
Estoques críticos no Hemopi reforçam urgência no Dia do Doador de Sangue

Doar plaquetas é um compromisso que mantenho com constância e dedicação ao longo dos anos, um hábito que se tornou parte essencial da minha rotina e do meu estilo de vida. Incorporar essa prática regularmente ao meu dia a dia é algo que faço com orgulho e responsabilidade. Estou prestes a completar minha centésima quinta doação. Em resumo, doar sangue é uma atitude que pode representar gratidão, autoconhecimento ou um gesto de solidariedade”, relata Leonardo.

Para reconhecer esse tipo de dedicação, o GSH Banco de Sangue de Teresina preparou uma programação especial entre os dias 24 e 29 de novembro. Durante esse período, quem comparecer para doar será recebido em um ambiente temático e ganhará um mimo da campanha. Um gesto simples e afetivo para lembrar que cada doador tem um papel essencial e cada um ajuda a manter o sistema funcionando.

Quem pode e como doar

Mas o convite não vale só para esta semana. O chamado para ajudar com um simples ato tão importante é diário, já que centenas de pacientes podem dependem de sangue e plaquetas todos os dias. Aqueles que quiserem doar podem procurar, por exemplo, o GSH Banco de Sangue de Teresina de segunda a sábado, das 7h às 18h, no terceiro andar do Centro Clínico do Hospital São Marcos, na Rua Governador Raimundo Artur de Vasconcelos, no Centro Sul.

É importante lembrar que, para ser doador de sangue, é necessário ter idade entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (menores de 18 anos devem possuir consentimento formal do responsável legal); pesar no mínimo 50 kg; estar alimentado, não podendo ingerir alimentos gordurosos antes da doação; ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas; ppresentar documento de identificação com foto emitido por órgão oficial (Carteira de Identidade, Carteira Nacional de Habilitação, Carteira de Trabalho, Passaporte, Registro Nacional de Estrangeiro, Certificado de Reservista e Carteira Profissional emitida por classe).

O Dia do Doador existe para não deixar que a rotina nos faça esquecer o básico. A vida que continua depende de quem decide estender o braço, em um gesto simples, rápido e profundamente humano. É o ato de empatia e solidariedade que não faz barulho, mas que tem a capacidade de mudar destinos.


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Com supervisão de Nathalia Amaral.