Pelo menos 40% das prefeituras do Piauí estão atrasadas com o pagamento de fornecedores, revela pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). O Piauí possui 224 municípios, dos quais 121 responderam ao levantamento. Dentre eles, 49 dizem que estão com atraso no pagamento de fornecedores, enquanto outros 67 (55%) com os compromissos fiscais em dia. Cinco municípios não responderam ao questionamento.

A pesquisa feita pela CNM tem como objetivo diagnosticar a situação fiscal dos municípios brasileiros, sobretudo no que se refere ao cumprimento dos compromissos de final de ano, como o pagamento do 13º Salário. A amostra alcançou 4.172 municípios em todo o país. A coleta de dados foi realizada por meio de questionários entre os dias 14 de outubro de 05 de dezembro.

Além do pagamento de fornecedores, a CNM analisou, ainda, dados como a situação da folha de pagamento de dezembro, o pagamento da gratificação natalina (13º Salário) e se o município deixará contas em aberto para o ano que vem.

José Cruz/Agência Brasil

CNM:49 municípios do Piauí estão com atraso no pagamento de fornecedores

Quanto à folha de pagamento de dezembro, a grande maioria dos municípios piauienses que responderam ao questionário, 111 cidades, afirmaram que, conseguiram manter a folha do mês em diz apesar da situação financeira. Isso equivale a 92% das prefeituras. Seis disseram que iriam atrasar o pagamento de dezembro e quatro não responderam.

O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, atribui o crescente endividamento das prefeituras a programas federais que aumentam as despesas locais. “Nós pulamos de 5 milhões de servidores para 9,3 milhões. Com isso, aumentou muito a questão do endividamento previdenciário, da própria questão salarial, que não podemos ultrapassar”, diz.

A falta de recursos se reflete em outro problema detectado pela pesquisa: algumas prefeituras vão empurrar despesas de 2025 para 2026 sem fonte de recurso suficiente. O Portalodia.com já havia adiantado que mais de 40 cidades piauienses vão entrar o ano com dívidas em aberto. “Isso avizinha um momento crítico”, finaliza o presidente da CNM.