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Apenas 9% dos graduados em cultura no Piauí atuam no próprio setor

Estado aparece entre os piores do país na proporção de profissionais formados que trabalham no setor cultural, segundo levantamento do IBGE.

13/12/2025 às 09h44

O Piauí tinha, em 2022, cerca de 39 mil pessoas formadas em nível superior em áreas ligadas à cultura, mas apenas uma parcela reduzida desse total estava efetivamente trabalhando no setor cultural, segundo dados divulgados na última sexta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o Sistema de Informações e Indicadores Culturais, somente 8,8% desses profissionais atuavam na própria área de formação, um dos menores percentuais do país e bem abaixo da média nacional.

O levantamento, que tem como objetivo retratar a realidade do setor cultural brasileiro e subsidiar políticas públicas, decisões de investimento e estudos acadêmicos, aponta que o estado contava com 39.153 pessoas, com 25 anos ou mais, graduadas em nível superior em cursos relacionados à cultura.

Apenas 9% dos graduados em cultura no Piauí atuam no próprio setor - (Gustavo Cipriano) Gustavo Cipriano
Apenas 9% dos graduados em cultura no Piauí atuam no próprio setor

Porém, apenas 3.451 estavam ocupadas em atividades do setor cultural naquele ano, indicador que coloca o Piauí na quinta pior posição entre as unidades da federação, superando apenas Roraima, Amapá, Maranhão e outro estado com percentuais próximos.

Em relação ao cenário nacional, a proporção de pessoas com formação superior em cultura que trabalham na própria área é mais elevada. No Brasil, 18,6% dos graduados em áreas culturais estavam inseridos no setor, mais que o dobro do percentual registrado no Piauí. Estados das regiões Sul e Sudeste apresentaram os melhores resultados, com destaque para Santa Catarina, onde 23,9% dos graduados atuavam no setor cultural, seguido por São Paulo, com 23,5%, e Rio de Janeiro, com 20,8%. No outro extremo, Roraima, Amapá e Maranhão registraram os menores índices do país.

Os dados do IBGE também mostram que, embora poucos graduados em cultura estejam trabalhando no setor no Piauí, o número total de pessoas com nível superior ocupadas em atividades culturais é maior do que esse grupo específico. Em 2022, 9.847 pessoas com graduação superior, com 25 anos ou mais, estavam efetivamente ocupadas no setor cultural no estado. A maioria, no entanto, não possuía formação acadêmica diretamente relacionada à área cultural.

Segundo o levantamento, cerca de 65% das pessoas com nível superior que trabalhavam no setor cultural piauiense eram formadas em áreas distintas da cultura, o que representa o oitavo maior percentual do país. A média nacional para esse indicador foi de 61,3%, o que indica que o fenômeno de profissionais atuando fora de sua área de formação é comum, mas se apresenta de forma mais acentuada no Piauí.

Estados como Roraima, Tocantins e Maranhão registraram os maiores percentuais de trabalhadores da cultura com formação superior em outras áreas, enquanto Sergipe, Rio de Janeiro e Paraíba apresentaram os menores índices.

A desigualdade entre formação acadêmica e inserção no mercado cultural revela um cenário de desafios para o aproveitamento da mão de obra qualificada no estado. A baixa inserção de profissionais formados em áreas culturais se relaciona a fatores como a oferta limitada de vagas, a concentração de oportunidades em outros setores da economia e as características do próprio mercado cultural local.

OS resultados divulgados pela pesquisa do IBGE reforçam a importância de diagnósticos detalhados sobre o setor como ferramenta para o planejamento de ações públicas e privadas. No caso do Piauí, os números coloam em evidência a existência de uma quantidade significativa de pessoas qualificadas, com inserção no mercado cultural ainda restrita, enfatizando a necessidade de políticas que estimulem a geração de oportunidades e a valorização da formação especializada na área cultural.


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Com supervisão de Ithyara Borges.