A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o assassinato da ex-comandate da guarda municipal de Parnaíba, Penélope Brito, e do vereador Thiciano Ribeiro, apontando Francisco Fernando de Oliveira Castro como autor de feminicidio e homicidio qualificado. A investigação revelou que o crime foi motivado por inconformismo, perseguição e pela rejeição de Francisco ao fato de Penélope ocupar um cargo acima do dele na Guarda Municipal.

Assis Fernandes / O Dia

O crime teria acontecido por que Francisco Fernando não aceitava que ela estivesse com o vereador.

Segundo o relatório, a delegada Nathalia Figueiredo, informou que Francisco não aceitava o posto de comando assumido pela ex-companheira e chegou a confrontá-la diretamente sobre o tema.

“Quem quis pôr fim ao relacionamento foi Francisco Fernando porque se incomodava com o posto de comando que Penélope exercia, inclusive a confrontou e disse que caso ela não pedisse para sair do comando, haveria separação e ela obviamente não sucumbiu a essas investidas dele e o relacionamento teve fim, pouco tempo depois ele passou a perseguir a Penélope”, disse a delegada.

Airton Costa / O Dia

A delegada Nathalia Figueiredo informou que Fernando não suportava a ideia de Penélope estar em um cargo acima do seu.

As investigações também apontam que o crime foi premeditado. Francisco teria deixado o plantão de trabalho para viajar até Teresina, onde encontrou as vítimas, ele teria descoberto a localização dos dois por meio das redes sociais.

“Confirma-se justamente a história que ele estava de plantão aqui por volta das 11 horas da noite, ele saiu e veio direto para Teresina, para nós já confirma uma situação de pré-meditação até porque foi trazida até mesmo por amigos próximos, que a Penélope ela até chegou a baixar a guarda em relação às perseguições porque o Francisco Fernando passou a se relacionar com outra pessoa.”

A delegada também destacou o histórico de perseguição e violência psicológica que Penélope sofria, a informação teria vindo de amigos próximos dos dois, e que teria uma relação difícil com o próprio filho.

“Tinha um contexto de perseguição, a vítima já estava entrando no processo de ansiedade, segundo os próprios amigos mais próximos nos trouxeram, se sentia amedrontado assim, até chegou a dizer a possibilidade de pedir medida protetiva, no entanto, quando Francisco Fernando passou a se relacionar com a outra pessoa, ela acreditava então que ele iria seguir em frente, coisa que não fez.”

Outro ponto considerado pela polícia foi a tentativa de fuga. Francisco foi preso com mais de R$ 4 mil em dinheiro no carro, o que afastou a hipótese de entrega voluntária.

“Levando-se também em consideração a quantidade de dinheiro relevante que foi encontrado no seu carro, mais de 4 mil reais, então isso não é a atitude de quem caminha no sentido de se entregar à justiça, à polícia, então muitos fatores foram analisados.”

Entenda o caso

O vereador de Parnaíba, Thiciano Ribeiro, e a guarda civil do município, Penélope Brito, foram assassinados no último dia 27 de agosto, próximo a um hospital particular, no centro de Teresina. O crime ocorreu às 9h, na Rua Arêa Leão.

O suspeito do crime, Francisco Fernando, perseguiu o casal e efetuou vários disparos. Mesmo caídas, as vítimas foram novamente atingidas pelo atirador, que fugiu correndo do local. Quando os militares chegaram, o casal já estava sem vida e uma ambulância do Samu já havia sido acionada.

No momento dos disparos, um pedestre estava na calçada a poucos metros de Penélope, que fugiu atordoado e por pouco também não foi atingido. Um taxista, que estava dentro de seu veículo, ficou ferido no rosto por estilhaços de vidro após um dos tiros atingir o para-brisa do carro.