Milhares de pessoas saíram às ruas neste sábado (18) nos Estados Unidos e em diversos países em protestos batizados de “No Kings” (“Sem Reis”, em tradução livre). A mobilização, considerada uma das maiores desde o retorno de Donald Trump à Casa Branca, denuncia o que os manifestantes chamam de avanço da autocracia e ataques à democracia americana.

Os atos começaram ainda pela manhã, em frente à embaixada dos EUA em Londres, reunindo centenas de pessoas. Marchas também ocorreram em Madri e Barcelona, antes de se espalharem por várias cidades americanas. Em Nova York, a Times Square foi tomada por uma multidão que empunhava cartazes com frases como “Democracia, não monarquia” e “A Constituição não é opcional”. Estimativas variam entre 20 mil e 100 mil pessoas apenas na cidade.

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Protestos “No Kings” reúnem milhares contra políticas de Trump nos EUA e no exterior

Em Washington, DC, Los Angeles e outras capitais estaduais, o clima foi descrito como festivo, embora tomado por fortes críticas ao presidente. Helicópteros e drones sobrevoaram as áreas de protesto, acompanhadas de forte presença policial. Apesar disso, organizadores afirmam que os atos foram pacíficos.

O movimento é organizado por mais de 300 grupos de base, com apoio da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), que treinou fiscais voluntários para monitorar as manifestações. Líderes progressistas, como o senador Bernie Sanders e a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, além da ex-secretária de Estado Hillary Clinton, declararam apoio ao “No Kings”.

Os protestos refletem o crescente descontentamento de parte da população com o rumo político dos Estados Unidos. Desde o início do novo mandato, Trump tem ampliado o poder do Executivo, utilizando ordens presidenciais para rever decisões do Congresso, reduzir estruturas do governo e impor medidas de segurança mais rigorosas. Essas ações têm gerado preocupações entre especialistas e setores da sociedade civil, que apontam riscos à independência dos poderes e às liberdades democráticas.

As manifestações também ocorrem em meio a um cenário de polarização intensa no país, com o governo endurecendo políticas migratórias, restringindo verbas para universidades e adotando posturas mais intervencionistas em estados e cidades. O movimento “No Kings” simboliza, segundo analistas, uma tentativa de reafirmar princípios democráticos e de limitar o poder presidencial diante do que muitos consideram uma ameaça ao equilíbrio institucional dos Estados Unidos.