Um levantamento internacional, realizado por um instituto de pesquisas e levantamento de dados norte-americano, publicado no último dia 8 de setembro, mostra que a internet já faz parte da rotina diária da maioria dos adultos em diferentes regiões do mundo, e o Brasil aparece em destaque no levantamento. Segundo a pesquisa, realizada em 24 países, 28% dos adultos dizem estar online “quase constantemente” e outros 40% afirmam acessar a internet diversas vezes por dia.

No Brasil, o padrão de conectividade acompanha a tendência global. A população do país está entre as mais ativas, sobretudo nas redes sociais e aplicativos de mensagens. Embora o relatório não detalhe todos os percentuais do país, os dados reforçam que o Brasil segue entre as nações com alto engajamento digital, lado a lado com Argentina, Estados Unidos e Espanha, onde mais de quatro em cada dez adultos relatam uso quase ininterrupto da internet.

A pesquisa aponta contrastes marcantes entre as nações. Enquanto o Japão lidera com 56% dos adultos afirmando estar conectados praticamente o tempo todo, países como Nigéria e Índia ainda registram grandes contingentes fora do ambiente digital. Nesses locais, cerca de um quarto ou até um terço da população não utiliza a internet em nenhuma frequência.

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Uso da internet cresce no mundo e jovens são os que passam mais tempo conectados

Para os brasileiros, o cenário é distinto. A exclusão digital existe, mas em proporções menores que em países africanos e da Ásia. Estima-se que a falta de acesso esteja concentrada em comunidades de baixa renda ou em áreas rurais.

Um dado que chama atenção é o abismo entre gerações. Em praticamente todos os países analisados, os jovens de até 35 anos estão mais conectados do que os adultos com mais de 50. Na Turquia, por exemplo, 64% dos jovens dizem estar online quase constantemente, contra apenas 12% dos mais velhos. No Japão, a diferença também impressiona: 85% dos jovens relatam uso constante, frente a 38% dos adultos mais velhos.

No Brasil, esse padrão se repete. Pesquisas anteriores já mostraram que adolescentes e jovens adultos são os que passam mais tempo conectados, especialmente em plataformas de vídeo, redes sociais e jogos online. Para especialistas, o desafio está em equilibrar os benefícios da conectividade com os riscos do uso excessivo, como impactos na saúde mental e na vida social.

O levantamento confirma que quanto maior a renda e o nível de escolaridade, maior a chance de estar online com frequência. Isso reforça a necessidade de políticas públicas que ampliem o acesso à internet de qualidade, evitando que a exclusão digital acentue desigualdades já existentes no país.

Rebeca Negreiros, especial para o Portal O Dia, com edição de Isabela Lopes.