O governo dos Estados Unidos entrou em ‘shutdown’ pela primeira vez em quase sete anos após o Congresso não conseguir aprovar o orçamento de 2026. O impasse entre democratas e republicanos resultou na paralisação parcial da máquina pública, que pode resultar na licença temporária ou demissão de servidores federais nas próximas horas.

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EUA entram em shutdown e serviços de agências federais são interrompidos; entenda o impasse

Na noite de terça-feira (30), o Senado rejeitou a proposta que prorrogaria o financiamento do governo por sete semanas. O texto recebeu 55 votos favoráveis e 45 contrários, mas precisava de ao menos 60 para ser aprovado. A falta de consenso entre os partidos impediu a aprovação de uma alternativa que evitasse a paralisação.

O debate no Congresso teve como principal ponto de atrito a questão da saúde. Os democratas defendiam a manutenção dos subsídios do Obamacare, que reduzem custos para famílias de baixa renda, além da reversão de cortes realizados no passado. Já os republicanos defendiam a aprovação de gastos emergenciais sem incluir saúde no pacote, afirmando que o país não deveria arcar com benefícios a imigrantes ilegais.

O presidente Donald Trump reforçou a posição de não ceder, afirmando que o shutdown nos EUA poderia trazer “resultados positivos” ao governo. “Vamos demitir muita gente quando houver um shutdown”, disse, em declaração à imprensa.

Com o shutdown nos EUA, apenas serviços considerados essenciais continuam em funcionamento. Entre as áreas afetadas estão:

• Fechamento de parques e museus federais;
• Redução de atividades da Receita Federal americana;
• Advertências de companhias aéreas sobre possíveis atrasos em voos.

Além disso, trabalhadores federais enfrentam licença não remunerada, o que pode comprometer temporariamente o consumo interno e impactar a economia.

O que pode acontecer agora

As negociações no Congresso devem continuar nos próximos dias, mas ainda não há previsão para o fim do impasse. A depender da duração do shutdown nos EUA, os efeitos econômicos e sociais podem se ampliar, a exemplo do que ocorreu em 2019.

A última paralisação do governo ocorreu entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, também durante o mandato de Trump, quando o financiamento do muro na fronteira com o México foi o principal impasse. Na ocasião, o país enfrentou o shutdown mais longo da história, com 35 dias de duração e prejuízos estimados em US$ 11 bilhões, dos quais US$ 3 bilhões não foram recuperados.

Com informações do Estadão Conteúdo