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Epstein afirmou que recebeu ligação com Lula e chama Bolsonaro de ‘o cara’; confira

Os registros compõem parte dos mais de 20 mil documentos anexados ao inquérito que apura a operação de exploração sexual atribuída a Epstein nos anos 2000.

14/11/2025 às 11h06

O Congresso dos Estados Unidos divulgou, na quarta-feira (12), um conjunto de documentos relacionados à investigação federal sobre Jeffrey Epstein. Entre os arquivos, há uma troca de e-mails em que Epstein diz ter recebido ligação com Lula, em 2018, período em que o ex-presidente estava preso em Curitiba. No mesmo diálogo, o bilionário fez referência ao então candidato Jair Bolsonaro, a quem chamou de ‘o cara’.

Epstein disse que recebeu ligação com Lula e chama Bolsonaro de ‘o cara’; confira - (Reprodução/US Attorney NY) Reprodução/US Attorney NY
Epstein disse que recebeu ligação com Lula e chama Bolsonaro de ‘o cara’; confira

Os registros compõem parte dos mais de 20 mil documentos anexados ao inquérito que apura a operação de exploração sexual atribuída a Epstein nos anos 2000. O bilionário foi acusado de abusar de mais de 250 menores de idade e de manter uma rede de aliciamento. Ele foi preso em julho de 2019 e, segundo autoridades dos EUA, morreu no mês seguinte dentro da cela.

De acordo com as mensagens, Epstein diz ter recebido ligação com Lula em 21 de setembro de 2018. O nome do interlocutor que conversava com ele foi mantido sob sigilo nos documentos divulgados pelo Congresso dos EUA. Ainda segundo o texto, a comunicação teria ocorrido após uma visita do linguista Noam Chomsky ao ex-presidente, registrada em 20 de setembro daquele ano.

Nos e-mails, Epstein comentou sobre o cenário político brasileiro durante o período eleitoral. Ele mencionou o avanço da campanha de Jair Bolsonaro e fez observações sobre o ambiente partidário, contextualizando o diálogo com seu interlocutor.

Epstein disse que recebeu ligação com Lula e chama Bolsonaro de ‘o cara’; confira - (Reprodução) Reprodução
Epstein disse que recebeu ligação com Lula e chama Bolsonaro de ‘o cara’; confira

Além das mensagens sobre Lula e Bolsonaro, os documentos trazem diálogos envolvendo o presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Em um e-mail datado de janeiro de 2019, Epstein escreveu sobre o conhecimento de Trump a respeito da conduta do bilionário. Antes da divulgação dos arquivos, assessores explicaram que o material fazia parte da investigação conduzida entre 2018 e 2020.

Trump comentou a circulação dos e-mails em uma rede social. Ele afirmou que a repercussão das mensagens faz parte de uma estratégia política da oposição e insinuou que democratas tentam desviar atenção de temas internos relacionados ao governo. “Os democratas estão tentando ressuscitar a farsa de Jeffrey Epstein porque fariam qualquer coisa para desviar o foco de como se saíram mal na paralisação e em tantos outros assuntos”, disse.

A Casa Branca também se manifestou. A porta-voz Karoline Leavitt afirmou que o presidente “não fez nada de errado”, ao comentar a divulgação dos arquivos e o contexto em que as mensagens foram produzidas, informou.

No Brasil, a Secretaria de Comunicação da Presidência declarou que a ligação mencionada nos e-mails não ocorreu. Até o momento, Jair Bolsonaro não comentou o conteúdo. 

Little St. James, propriedade de Epstein - (Divulgação/SDNY) Divulgação/SDNY
Little St. James, propriedade de Epstein

Confira a tradução da troca de e-mails em 21/09/2018:

  • “Chomsky me ligou com o Lula. Da prisão. Que mundo”, disse Epstein.
  • “Diga a ele que o meu cara vai ganhar no primeiro turno”, afirmou o interlocutor.
  • “Durante a coletiva de imprensa de quinta-feira, foi divulgada uma mensagem de Lula ao PT sobre a militância da organização”, escreveu Epstein.
  • “Bolsonaro é o cara”, afirmou Epstein.

Quem é Jeffrey Epstein?

Jeffrey Epstein, foi um financista e ex-administrador de fundos de investimento, foi inicialmente acusado de crimes sexuais em 2008, mas acabou fazendo um acordo de delação premiada. Ele era acusado de levar menores de idade para Little St. James, sua ilha privada, para cometer os crimes.

Em 2019, Epstein foi preso novamente sob novas acusações de tráfico sexual de menores e conspiração. Contudo, o bilionário foi encontrado morto em sua cela na prisão de Nova York em agosto do mesmo ano, oficialmente declarado como suicídio.

Epstein era conhecido por sua vasta rede de conexões com pessoas influentes em diversas esferas da sociedade, o que levanta questões sobre como ele utilizava suas conexões para manter sua impunidade.


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Com edição de Nathalia Amaral