O ministro Alexandre de Moraes, relator da ação sobre a trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), votou há pouco para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado. Ele também considerou culpados sete corréus, entre militares da ativa e da reserva e ex-auxiliares de Bolsonaro.
Veja quem são:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
- General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
- General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa
- General Braga Netto, vice na chapa de Bolsonaro em 2022
Em seu voto, Moraes destacou que as provas produzidas em juízo não deixam margem de dúvidas sobre a intensa interação e direto acesso que todos os réus tinham com o líder da organização criminosa, Jair Bolsonaro.
"A atuação delitiva e a prática de atos executórios pela organização criminosa iniciaram-se com a utilização de órgãos públicos, para construção e divulgação de uma falsa e ilícita versão sobre vulnerabilidade das urnas eletrônicas e falta de legitimidade da justiça eleitoral, com a finalidade de gerar instabilidade institucional e caos social, criando uma futura situação no país que possibilitasse a restrição do pleno exercício do Poder Judiciário, seja até o período eleitoral, seja até uma eventual continuidade do governo, em caso de vitória ou a decretação de um golpe de estado, caso o resultado eleitoral fosse desfavorável", destacou.
O julgamento continua com a manifestação dos demais ministros da Primeira Turma. O próximo a votar é o ministro Flávio Dino.
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Réus praticaram todas as infrações penais imputadas pela PGR, diz Moraes
Ao encaminhar seu voto pela condenação do núcleo crucial da tentativa de golpe de Estado, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, destacou que a "divisão das tarefas da estrutura criminosa ficou evidenciada, sob a chefia e coordenação de Jair Messias Bolsonaro, o que demonstra também a hierarquização do grupo".
Segundo o ministro, as provas produzidas em juízo não deixam margem de dúvidas sobre a intensa interação e direto acesso que todos os réus tinham com o líder da organização criminosa, Jair Bolsonaro. Ainda de acordo com o ministro, basta um agente ter aderido a organização criminosa e estar à disposição para o enquadramento nos crimes.
"A atuação delitiva e a prática de atos executórios pela organização criminosa iniciaram-se com a utilização de órgãos públicos, para construção e divulgação de uma falsa e ilícita versão sobre vulnerabilidade das urnas eletrônicas e falta de legitimidade da justiça eleitoral, com a finalidade de gerar instabilidade institucional e caos social, criando uma futura situação no País que possibilitasse a restrição do pleno exercício do Poder Judiciário, seja até o período eleitoral, seja até uma eventual continuidade do governo, em caso de vitória ou a decretação de um golpe de estado, caso o resultado eleitoral fosse desfavorável", destacou.
Moraes argumentou que a organização criminosa iniciou uma sequência de atos executórios que consumaram a prática dos delitos de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. "Os réus tentaram, com o emprego de grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais, em especial do Poder Judiciário com claro intuito de manutenção do seu grupo político no poder, da mesma forma, mediante diversos atos executórios voltados a tentar depor por meio de violência ou grave ameaça o governo", apontou.
Ainda de acordo com o ministro, os réus "praticaram todas as infrações penais imputadas pela Procuradoria-Geral da República em concurso de agentes e em concurso material".
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