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Zona Sul é a área de Teresina com o maior número de praças

Dados da Saad Sul apontam que estão catalogados 332 pontos de áreas verdes, sendo 123 referentes a praças

25/11/2023 às 15h41

25/11/2023 às 15h41

As praças e parques são áreas verdes localizadas nos centros urbanas, e são voltadas para o lazer e melhora da qualidade de vida da sociedade e de seus frequentadores, por meio de recreação, da preservação dos recursos naturais e da sociabilidade que o ambiente pode proporcionar. Por muitos anos, Teresina foi considerada a “cidade verde”, exatamente por ter extensas áreas verdes ao longo em sua zona urbana.

A zona Sul é a região de Teresina que mais possui áreas verdes, segundo Islanilton Gomes, gerente de Serviços Urbanos da Superintendência das Ações Administrativas Descentralizadas (Saad Sul). São 332 pontos catalogados e, desses, 123 são de praças. Ele explica que os locais passam por limpezas frequentes, a cada dois meses, além de reforço na pintura. O bairro Saci é o que mais possui praças, são 26 apenas na região, seguido do Parque Piauí e Promorar.

Praças de Teresina - (Jailson Soares/ODIA) Jailson Soares/ODIA
Praças de Teresina

Sem limpeza e segurança, praças ficam vazias

A jovem Jennyfer Cristina Barros da Silva (19) mora no bairro Mafrense, zona Norte de Teresina, e trabalha em frente à Praça Princesa Isabel. Ao seguir para o trabalho, todas as manhãs, ela conta que presencia muitas pessoas usando a praça para praticar atividade física, como caminhada e corrida.

Ainda segundo a jovem, em geral, são idosos que utilizam a academia ao ar livre instalada na praça e que, após a atividade, eles costumam re reunir nos bancos e conversar com os vizinhos. “Os idosos vêm cedo para cá, usam os aparelhos e depois que terminam ficam conversando um pouco antes de irem embora. Algumas outras pessoas usam no final do dia, mas, no geral, a praça fica fazia, porque as pessoas não se sentem seguras, devido os assaltos. Esses dias mesmo assaltaram uma pessoa aqui na frente da loja”, conta.

Praça Princesa Isabel, bairro Mafrense, zona Norte deTeresina - (Isabela Lopes/ODIA) Isabela Lopes/ODIA
Praça Princesa Isabel, bairro Mafrense, zona Norte deTeresina

Para Jennyfer, o poder público deveria investir mais em segurança e na limpeza das praças, como forma de atrair os moradores e deixar o espaço mais convidativo. De acordo com ela, essa seria uma das alternativas para reduzir o índice de assaltos, já que o local estaria movimentado.

“É até bom encontrar com os amigos e sentar na praça para jogar conversa fora, mas infelizmente a criminalidade afasta as pessoas. As praças deveriam ser mais limpas, para as pessoas sentirem vontade de sentar nos bancos com os amigos e com a família”, conclui. 

A representação das praças para a urbanização de uma cidade

Segundo dados da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Semduh), Teresina tem 279 praças localizadas em sua área urbana, sendo a zona Sul a com maior quantidade de espaços públicos, 116 praças, seguido da zona Leste (49), da zona Sudeste (39) e Centro (39) e da zona Norte (36). Em 2013, a capital tinha 250 praças, ou seja, em uma década foram construídas apenas 29 praças.

Para o professor e arquiteto Paulo Vasconcelos, as praças deveriam ser prioridade de primeira ordem dos órgãos públicos, devido aos benefícios que proporcionam para o social. Segundo ele, a legislação prevê que os loteamentos urbanos reservem um percentual de área para construção de espaços verdes, incluindo nessa categoria as praças, contudo, isso nem sempre é respeitado.


“Praça é saúde pública, mental, beleza paisagística, contato com a natureza e muito mais, e por isso deveria ser proibida toda e qualquer intervenção de edificação. Praça deve ser espaço aberto, preferencialmente, para o paisagismo. A nossa legislação prescreve que todo e qualquer loteamento tem que reservar um percentual de área para construção de espaços verdes. Essa legislação é aplicada, mas não é bem gerenciada, e a maioria dos espaços que são destinados às praças são restos de terrenos difíceis de serem implantadas praças, ou ainda esses terrenos acabam sendo invadidos, muitas vezes, pela própria iniciativa privada, no qual é feita concessão para outros usos, que não o qual ele foi destinado”,

Paulo Vasconcelosprofessor e arquiteto
Praças de Teresina - (Assis Fernandes/ODIA) Assis Fernandes/ODIA
Praças de Teresina

Paulo Vasconcelos reitera que a legislação deveria ser seguida, mas também que os governos adotassem políticas públicas de preservação, manutenção, conservação e humanização de uso das praças. “Eu entendo que há uma ausência quase que por completo desse tipo de política na nossa cidade, nos últimos 30 anos. A gente pode contrapor, a exemplo de outras cidades, na realidade do Nordeste, que mantém de forma bastante cuidadosa suas praças, como no Ceará, que elas são usadas, têm crianças brincando, andando de velocípede, tem pessoa conversando, não apenas nas praças de bairro, mas nas do Centro”, complementa o professor e arquiteto.

Mais do que construção de novos espaços, o professor Paulo Vasconcelos reforça a necessidade de preservar as já existentes, como forma de manter a relação das pessoas com as praças, que, de acordo com ele, está cada vez menor e mais distante. “A praça é um espaço de encontro e pode oferecer uma série de serviços de recreação, lazer infantil, encontro para a terceira idade, ser um descanso momentâneo depois de uma jornada de caminhada, uma vez que as praças são arborizadas, entre outras, então tem múltiplas funções no tecido urbano”, finaliza.

O que diz a lei?

Segundo o Artigo 233, da Lei Orgânica do Município de Teresina, compete ao município utilizar-se de terreno próprio, cedido ou desapropriado, para desenvolver programas de construção de centro esportivo, ginásio, praça de esporte, quadras esportivas e campo de futebol, notadamente, ciclovias, pistas de "cooper" e similares.

Praças de Teresina - (Assis Fernandes/ODIA) Assis Fernandes/ODIA
Praças de Teresina