Vereadores da Câmara Municipal de Teresina utilizaram o tempo de tribuna, nesta quarta-feira (19), para cobrar ações emergenciais que solucionem a crise do transporte público da capital. Embora a Prefeitura determine a circulação diária de cerca de 280 ônibus, relatos de usuários apontam que o número efetivo de veículos nas ruas é inferior ao previsto.
O vereador Petrus Evelyn (Progressistas) criticou a ausência de um projeto concreto para reestruturar o sistema e rebateu informações que circulam sobre supostos investimentos bilionários no setor.
“Um bilhão do BNDES vai chegar para transformar o transporte público… Que coisa boa. Mas essa notícia não é verdadeira. Não existe um bilhão chegando em Teresina. Não há nenhum projeto para resolver o grave problema do transporte público”, afirmou.
O parlamentar afirmou ainda eu pediu um relatório sobre as multas aplicadas as empresas do transporte público na cidade. Segundo ele, de janeiro a outubro, cerca de 200 multas foram aplicadas já neste ano, mas sem utilidade prática até o momento.
“As empresas não seguem um cronograma definido pela Strans, nada acontece. É só uma notificação lá, irrelevante. Ônibus sem nenhuma segurança rodando pela cidade, mais uma multinha que não é paga e nada acontece. Como é que um sistema de transporte, que de empresas privadas, mas que tem uma administração pública funciona desse jeito? As empresas fazem o que querem, recebem 6 milhões de reais todos os meses de dinheiro público, de um subsídio inexplicável, e simplesmente colocam ônibus de qualquer qualidade para a população”, disse.
O vereador Edilberto Borges, o Dudu (PT), reforçou as críticas e disse que o volume de multas aplicadas já seria suficiente para rescindir o contrato com as empresas.
“Essas multas, se fossem efetivas, já seriam instrumento para decretar a caducidade do contrato. Foram quatro anos de desrespeito com o povo de Teresina. A Prefeitura determina 280 ônibus rodando porque o subsídio de R$ 6 milhões mensais exige esse mínimo. Mas eles não cumprem. Recebem os R$ 6 milhões e não colocam 220 ônibus no horário de pico; no entrepico, não chegam a 160”, criticou.
Presidência cobra rapidez na nova licitação
Ao PortalODia.com, o presidente da Câmara, Enzo Samuel (PDT), defendeu que a solução para o sistema passa pela substituição das atuais empresas e pela elaboração de estudos atualizados sobre as necessidades da população.
“Hoje pagamos um subsídio alto, e não sou contra subsídio, mas não há prestação de serviço de qualidade. O que se paga com recurso público não retorna. As empresas precisam entender que estão prejudicando a cidade. Sem transporte de qualidade, as pessoas migram para o transporte individual. Mas até quando Teresina vai suportar o crescimento incontrolável dos transportes individuais?”, questionou.
O parlamentar reforçou que a nova licitação é urgente.
“E digo e repito: para que a gente possa fazer essa mudança, primeiro, precisamos de uma nova licitação, tirar essas empresas que aí estão. Segundo, precisamos de um estudo origem e destino do nosso transporte público. Mas Enzo, o que é desse estudo origem e destino? Você vai fazer um estudo da real situação e das reais necessidades da população de Teresina que se utiliza do transporte público, escutando principalmente dentro das comunidades”, concluiu.
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