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Tatiana Medeiros seguirá presa e será transferida para o Quartel Geral da PM

Defesa estuda a possibilidade de pedir um habeas corpus. Advogado diz que não há motivo para manutenção da prisão.

04/04/2025 às 07h37

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Atualizada às 9h07

A vereadora Tatiana Medeiros continuará presa. Foi isso o que decidiu a justiça após ela passar por audiência de custódia na manhã de hoje (04) no TRE-PI. A defesa da vereadora pediu o relaxamento da prisão, mas o Ministério Público pediu vistas sobre a solicitação e ela segue detida ao menos enquanto o órgão analisa a situação.

No entendimento da defesa de Tatiana, as outras medidas cautelares que foram inseridas no inquérito seriam suficientes para garantir o andamento da investigação sem a necessidade da prisão da vereadora. Foi a este pedido de relaxamento da prisão que o MP pediu vistas. O órgão vai analisar se de fato a vereadora pode ou não ser liberada.

Tatiana Medeiros seguirá presa, decide justiça após audiência de custódia - (O Dia) O Dia
Tatiana Medeiros seguirá presa, decide justiça após audiência de custódia

Durante a audiência, Tatiana Medeiros não foi questionada sobre o inquérito nem sobre as acusações que lhe são imputadas. O trâmite inclui apenas perguntas procedimentais como heteroidentificação, confirmação de dados pessoais como nome e data de nascimento e a arguição da defesa, que pediu o relaxamento da prisão.

Ao manter Tatiana presa, o juiz Luís Henrique acatou a um pedido dos advogados dela: o de transferi-la para a Sala de Estado Maior, pelo fato de a parlamentar ser advogada e exercer sua profissão. Isto está previsto no Estatuto da Advocacia. Tatiana Medeiros será, então, transferida para a Sala de Estado Maior, que fica no Quartel do Comando Geral da PM (QCG), onde permanece presa preventivamente. A expectativa é que o magistrado se manifeste nos autos sobre a manutenção ou não da prisão da vereadora em até dez dias.

Defesa entrará com pedido de habeas corpus

Após a manutenção da prisão preventiva da vereadora Tatiana Medeiros, a defesa da parlamentar anunciou que vai estudar a possibilidade de pedir uma revogação da cautelar ou um habeas corpus. O advogado Edson Araújo falou com a imprensa após a audiência de custódia e reiterou o que havia dito quando Tatiana foi presa: que não há motivo para que ela fique presa.

No entendimento da defesa, o inquérito que resultou na prisão de Tatiana é um inquérito eleitoral referente à eleição passada e que não tem fatos que repercutem atualmente. “Estamos tratando de fatos pretéritos da eleição passada. Então não existe nenhum fato deste que tenha uma repercussão hoje. É inclusive um crime teoricamente que não pode ser cometido hoje. Não existe compra de voto hoje. Não estamos no período eleitoral e não existe candidatos”, explica Edson.

Edson Araujo, advogado de Tatiana Medeiros - (Assis Fernandes / O Dia) Assis Fernandes / O Dia
Edson Araujo, advogado de Tatiana Medeiros

A investigação, segundo ele, está praticamente finalizada e agora caberá ao Ministério Público analisar o relatório produzido pela Polícia Federal para decidir se denunciar ou não Tatiana Medeiros pelos crimes de associação a organização criminosa, compra de votos e uso de dinheiro ilícito para financiamento de campanha eleitoral.

Atualizada às 8h58

A audiência de custódia da vereadora Tatiana Medeiros (PSB) não poderá ser gravada pela imprensa. O pedido foi feito pela própria parlamentar e acatado pelo juiz responsável pelo processo no Tribunal Regional Eleitoral. Tatiana será ouvida pelo juiz Luís Henrique Moreira Rego no Plenário, que vai avaliar a legalidade e as circunstâncias da prisão da vereadora.

Audiência de custódia de Tatiana Medeiros não será gravada, a pedido da vereadora - (O Dia) O Dia
Audiência de custódia de Tatiana Medeiros não será gravada, a pedido da vereadora

Em coletiva de imprensa antes da audiência, a coordenadora do Núcleo de Garantias do TRE-PI, Melissa Vasconcelos Lima Pessoa, explicou que o trâmite não deve durar mais que dez minutos. O papel do Tribunal neste momento é cumprir com as garantias que todo preso tem.

Tatiana Medeiros foi levada da sede da PF para o TRE para audiência de custódia - (O Dia) O Dia
Tatiana Medeiros foi levada da sede da PF para o TRE para audiência de custódia

“A audiência de custódia é uma etapa natural em todos os atos em que acontece prisão. Ela acontece aqui no TRE, porque o Núcleo fica aqui, é bom que fique claro. A gente ainda está na fase de investigação. Não existe ainda um processo. As medidas que foram adotadas são de cautela, que o juiz entendeu necessárias para garantir a ordem e a própria tramitação do processo”, explica.

Coordenadora do Núcleo de Garantias do TRE-PI, Melissa Vasconcelos Lima Pessoa - (O Dia) O Dia
Coordenadora do Núcleo de Garantias do TRE-PI, Melissa Vasconcelos Lima Pessoa

Iniciada às 7h37

Presa na manhã desta última quinta-feira (03) durante a segunda fase da Operação Escudo Eleitoral, da Polícia Federal, a vereadora Tatiana Medeiros (PSB) vai passar por audiência de custódia na manhã desta sexta-feira (04) na sede do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI). Tatiana será ouvida pelo juiz do caso, o magistrado Luís Henrique Moreira Rego, no plenário do Tribubal. A audiência está marcada para às 9h.

Tatiana Medeiros passa hoje (4) por audiência de custódia na sede do TRE-PI - (Victor Costa/O Dia) Victor Costa/O Dia
Tatiana Medeiros passa hoje (4) por audiência de custódia na sede do TRE-PI

Ambos, magistrado e vereadora, não concederão entrevistas para a imprensa. Porém, antes da audiência, por volta das 8h30, a juíza auxiliar da Corregedoria Regional Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) e Coordenadora do Juízo Eleitoral de Garantias, Melissa de Vasconcelos Lima Pessoa vai conceder uma entrevista para a imprensa, para abordar os aspectos gerais do processo envolvendo a prisão da vereadora do PSB. 

A audiência de custódia, pela qual Tatiana passará, é um procedimento garantido por lei no qual a pessoa que foi presa ou detida é apresentada a um juiz no prazo de 24 horas, conforme estabelecido pela Constituição Federal do Brasil. O objetivo principal é garantir que a detenção seja legal, verificando se houve abuso ou ilegalidade na prisão e assegurando que os direitos do preso sejam respeitados.

Durante a audiência, o juiz examina as condições da prisão, se há indícios de tortura ou maus-tratos e decide se a pessoa deve ser mantida presa, se deve ser liberada ou se pode ser concedida uma medida cautelar alternativa, como o uso de tornozeleira eletrônica ou a proibição de frequentar certos lugares. A presença de um advogado é obrigatória para garantir o direito de defesa.

No TRE-PI, a audiência de custódia ficará sob a responsabilidade do Juízo Eleitoral de Garantias, que é um núcleo formado por magistradas e magistrados que atuam na fase de inquérito policial, autorizando buscas, apreensão, detenções, entre outras medidas, ainda no curso das investigações. No TRE-PI é coordenado pela juíza auxiliar da Corregedoria Eleitoral, Melissa de Vasconcelos Lima Pessoa, que é também Ouvidora da Mulher no TRE-PI.

Tatiana está com a consciência tranquila e acredita na justiça, diz advogado

Segundo o advogado Dellano Sousa, em entrevista ao Alô Piauí, da O Dia TV, Tatiana está com a “consciência tranquila" e “acredita na justiça”. “Ela ficou espantada com o contexto em que se deparou pela manhã. Mas o celular e o iPad dela já foram restituídos. A gente aguarda a decisão judicial e discutimos dentro dos autos. Queremos deixar toda a população tranquila. Ela está de consciência tranquila e acredita na justiça”, afirmou.

Advogado Dellano Sousa - (Jailson Soares/ODIA) Jailson Soares/ODIA
Advogado Dellano Sousa

A defesa da vereadora Tatiana Medeiros (PSB), presa na manhã desta quinta-feira (03) na segunda fase da Operação Escudo Eleitoral da Polícia Federal, criticou a decisão judicial e alegou que a parlamentar não representa risco à investigação. O advogado Dellano Sousa afirmou que a prisão preventiva foi decretada sem a devida contemporaneidade dos fatos e sem justificativa legal suficiente.

Segundo Dellano Sousa, os supostos crimes que fundamentaram a prisão teriam ocorrido em outubro de 2024, o que tornaria a decisão extemporânea. Ele enfatizou que Tatiana sempre colaborou com as investigações, comparecendo à sede da Polícia Federal sempre que convocada. “A defesa recebeu com espanto essa decisão. A vereadora não apresenta risco à investigação e sempre contribuiu de forma espontânea. Agora, precisamos ter acesso aos vestígios coletados para verificar sua autenticidade”, argumentou.

Outro ponto levantado pela defesa foi a falta de notificação prévia à Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Piauí (OAB-PI), o que, segundo Sousa, teria violado a prerrogativa da advogada Tatiana Medeiros. A OAB também se manifestou sobre o tema e afirmou que pode pedir a nulidade da prisão. A principal justificativa para a detenção da parlamentar, de acordo com a decisão judicial, foi a suposta exclusão de uma mensagem de celular que poderia indicar tentativa de obstrução da justiça. No entanto, o advogado nega essa acusação e afirma que a defesa ainda não teve acesso ao conteúdo que teria embasado a decisão.

A investigação

A vereadora Tatiana Medeiros é um dos alvos da Operação Escudo Eleitoral, que investiga suposto financiamento ilícito de campanhas eleitorais com dinheiro oriundo de facções criminosas. As investigações começaram após as eleições de 2024, quando a Polícia Federal identificou possíveis vínculos entre a parlamentar e Alandilson Cardoso Passos, seu namorado na época e apontado como integrante de uma organização criminosa envolvida com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Alandilson foi preso em novembro de 2024 em Belo Horizonte, enquanto estava foragido. Antes disso, a casa de Tatiana já havia sido alvo de uma operação do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), mas, na ocasião, a vereadora não foi acusada formalmente.

Alandilson Cardoso Passos já havia sido preso em 2022 pelo antigo Greco - (Divulgação/Polícia Civil) Divulgação/Polícia Civil
Alandilson Cardoso Passos já havia sido preso em 2022 pelo antigo Greco

Na operação de hoje, além da prisão de Tatiana Medeiros, foram cumpridos outros sete mandados judiciais, incluindo busca e apreensão e afastamento de agentes públicos. A Polícia Federal investiga também servidores da Câmara Municipal, da Assembleia Legislativa do Piauí e da Secretaria de Saúde do Estado.


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