Dona Isabel Sousa tem vivido um filme de terror. Mãe de três filhos pequenos, ela foi colocada para fora de casa pela família de seu falecido marido. A mulher morava numa residência no bairro Dirceu I, mas, após a morte do esposo, a família dele tomou o imóvel e a retirou de lá com as crianças. Isabel viveu na casa por 20 anos e agora está vivendo de favor na residência de uma vizinha, que a acolheu quando chegou a ordem de despejo.
A reportagem de O Dia esteve no Dirceu I, viu a situação de perto e conversou com dona Isabel. Ela conta que perdeu judicialmente o direito de morar na casa onde viveu por duas décadas com o marido e agora se vê sem ter para onde ir. Se não fosse o acolhimento dos vizinhos, ela conta que poderia, agora, estar morando na rua com os filhos.
“Quando meu marido faleceu, a família dele começou a pressionar para a gente sair da casa. E mesmo depois que colocaram a gente para fora, continuaram pressionando com oficial de justiça. É uma coisa muito ruim que a gente sente, um desespero, uma vontade de desistir. Mas graças a Deus temos amigos que nos apoiam e nos acolhera. Estamos lutando eu e meus filhos, e não vou desistir do que é deles”, desabafa Isabel.
A casa onde ela foi acolhida é a da vizinha, dona Maria de Fátima, que acompanhou de perto a luta de Isabel para se manter na casa e presenciou o momento em que a ordem de despejo foi executada. Ela conta que a amiga ia para um abrigo com as crianças, mas que no momento em que viu a situação deles, entendeu que deveria intervir e oferecer acolhimento.
“Iam jogar as coisas dela no meio da rua e levar para um abrigo com as crianças. Como eu conheço ela antes mesmo de ela casar com esse rapaz, eu disse que ia abrir minhas portas e mandei colocarem as coisas dela dentro de minha casa. Ela está aqui agora com os filhos e Deus é quem sabe o que vai acontecer daqui em diante”, conta dona Maria de Fátima.
A casa onde ela já vivia com a família abriga, agora, mais quatro pessoas. Ela não fala em despesas nem em quanto isso deve impactar nas contas mensais, mas não nega que toda ajuda é bem-vinda. A Associação de Mulheres do Itararé também se somou nos esforços em prol de Isabel e sua família e está oferecendo apoio para que ela possa questionar na justiça a legalidade do despejo.
Quem explica é a presidente da Associação, Maria dos Remédios Silva. “Nós criamos um grupo de resistência para abraçar e acolher a Isabel, e estamos vendo a questão na justiça para que ela recupere a casa dela, onde ela mora há mais de 20 anos. É um conflito de família onde os próprios familiares entraram com uma ação reivindicando a casa. Só que este imóvel é por direito e por lei da Isabel e dos filhos dela, porque era do marido dela. As crianças dela são herdeiras, querendo ou não”, diz.
No momento, a casa onde Isabel vivia com os filhos está trancada, com todas as fechaduras trocadas e um muro cobrindo a garagem. Os vizinhos dizem que não há ninguém vivendo no local.
Quem puder ajudar Isabel e os filhos, pode fazer doações via PIX para a chave: 004.922.823.40 no nome de Isabel Valdelene de Sousa Sá. Doações de cestas básicas também podem ser feitas no endereço da Associação de Mulheres do Itararé, no Dirceu I, quadra 115.
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