Se locomover dentro das grandes cidades é um dos principais desafios da modernidade. Muito embora as formas de transporte tenham se dinamizado ao longo do tempo, conciliar a quantidade de veículos circulando pelas ruas e avenidas, e ter um sistema de transporte que atenda bem à população são gargalos importantes das administrações públicas. O IBGE divulgou nesta sexta (10) o retrato da mobilidade urbana do Brasil com base no Censo Demográfico 2022 e trouxe um retrato interessante para Teresina.

Somente 14,28% dos teresinenses utilizam ônibus para ir e vir do trabalho diariamente. O número está no mesmo patamar do que foi divulgado pela Prefeitura no começo do ano, de que apenas 11% da população de Teresina de fato usava o transporte coletivo para se locomover. Em contrapartida, a quantidade de pessoas que utilizam carro para ir e vir do trabalho é considerável na capital: 33,71% dos teresinenses ocupados usam automóvel para chegar ao local de ofício. Em seguida, aparecem as motos, que são utilizadas por 28,43% dos trabalhadores.

Assis Fernandes/O Dia

Somente 14% dos teresinenses utilizam ônibus para ir e voltar do trabalho, aponta IBGE

Mas quanto as motos ocupam o segundo lugar na preferência de deslocamento do teresinense, no Piauí ela está no topo. Motocicletas são o meio de transporte mais utilizado pelos piauienses para ir ao trabalho. Em 2022, 41,08% das pessoas com dez anos ou mais de idade usavam moto para ir até seu local de trabalho. É o segundo maior indicador do país, ficando atrás apenas de Rondônia, onde 41,64% das pessoas ocupadas usavam motos para ir e vir.

O carro, que é o meio de transporte mais usado em Teresina, é o segundo na preferência do piauiense, sendo utilizado por 20,2% das pessoas ocupadas. Em seguida aparece a locomoção a pé, que representa 16,33%; de ônibus, com 9,19%; e a bicicleta, usada por 7,57% dos piauienses. Significa dizer que, no Piauí os trabalhadores vão mais a pé para o trabalho do que de ônibus, por exemplo.

Outro dado que também chama atenção é o tempo de deslocamento do teresinense para o serviço. O levantamento do IBGE revela que a maior parte dos moradores da capital leva de 15 minutos a meia hora para chegar ao local de trabalho (41,88%). Outra grande parcela da população (mais de 72 mil pessoas) demora de seis a 15 minutos para se deslocar de casa para o serviço.

Desafio é fazer as pessoas voltarem a usar ônibus

Em entrevista ao Portalodia.com, o prefeito de Teresina, Silvio Mendes, comentou o momento que vive o transporte público da capital e afirmou que o principal desafio não é colocar mais ônibus nas ruas, e sim fazer com que o teresinense volte a pegar ônibus e mantenha o sistema rentável. “Com o passar dos anos, quem vive em Teresina acabou encontrando alternativas para ir e vir dentro da cidade. Há quem tenha conseguido economizar e investir em um transporte próprio. E há aqueles que acabaram migrando do ônibus para os transportes por aplicativo, que se tornaram uma maneira barata e acessível de se locomover em grandes centros urbanos”, disse o prefeito.