A Rua 24 de Janeiro é uma das maiores vias de Teresina, com quase 5 km de extensão, iniciando na zona Sul, no cruzamento com a Avenida Professor Valter Alencar, e seguindo até a Vila Operária, zona Norte da Capital. Ao longo do seu percurso, a via corta em dois momentos a Avenida Miguel Rosa, outra importante via da cidade.
Tradicional, a Rua 24 de Janeiro existe há décadas, mas não há uma exatidão quando, de fato, ela ganha essa nomenclatura. Porém, seu nome é em referência a uma das três datas mais importantes do processo de Independência do Brasil, em relação a Portugal, em terras piauienses.
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Esses três momentos considerados os mais marcantes para o Estado são: 19 de outubro, Dia do Piauí - adesão da Câmara Municipal de Parnaíba à Independência; 13 de março, a Batalha do Jenipapo; e 24 de janeiro, adesão de Oeiras à causa de independência do Brasil, em solo piauiense.
O pesquisador e historiador Ricardo Arraes relembra que esse evento de Parnaíba obrigou o representante de Portugal no Piauí, major Fidié (João José da Cunha Fidié), que residia em Oeiras, a se deslocar para o litoral. “Ele ia para Parnaíba sufocar os independentistas da causa em homenagem a Pedro I. Quando o major se dirige a Parnaíba, a cidade de Oeiras fica sem os portugueses, e surge o brigadeiro Manuel de Sousa Martins, que se torna o Visconde da Parnaíba”, cita.
E foi no dia 24 de Janeiro de 1823, há 201 anos, que o visconde declara a adesão do Piauí à causa da Independência. No retorno de Fidié a Oeiras, o major é surpreendido, às margens do Riacho Jenipapo, culminando com a Batalha do Jenipapo e o processo de Independência do Estado.
“Foi uma manhã inteira de intensas lutas entre portugueses e piauienses, que tiveram ajuda dos cearenses, maranhenses e até mesmo baianos. Fidié venceu, mas não retorna ao Piauí, ele vai para Caxias (MA), onde é preso e enviado para São Luís, quando é deportado para Portugal. Assim, a Rua 24 de Janeiro é uma importante homenagem ao caminhar do Piauí à sua independência dos portugueses”, complementa o pesquisador e historiador Ricardo Arraes.