A Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU) Centro de Teresina está realizando um levantamento sobre as obstruções dos passeios públicos da cidade, especialmente nas praças e calçadões da região central. O objetivo é solucionar problemas de mobilidade e melhorar a acessibilidade, considerando denúncias de ocupação irregular do espaço público.

O estudo da SDU ocorre em um momento em que a presença de ambulantes nas ruas e praças de Teresina tem gerado discussões sobre o uso do espaço público e a necessidade de revitalização.
Em entrevista ao O Dia, Péricles Veloso, presidente do Sindicato dos Vendedores Informais, explica que existe uma preocupação com as condições de trabalho nas ruas e com a qualidade dos produtos oferecidos pelos ambulantes.
“Nos últimos anos, muitos vendedores do Shopping da Cidade migraram para as calçadas. Há dois anos, eram contabilizados 68 ambulantes nas ruas, mas hoje vemos facilmente 200 pessoas, e isso piorou muito com o incentivo à migração que ocorreu na gestão passada. Sabemos que existe uma lei municipal que proíbe isso. Nós, da associação, não somos contra ambulantes nas praças, mas sim contra a qualidade do que é oferecido lá. Não há banheiro adequado, fica no meio da rua e não tem segurança apropriada.”
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Apesar de se posicionar favorável ao diálogo sobre a questão, Veloso defende que os ambulantes devem ser respeitados como microempreendedores e que qualquer ação da prefeitura precisa ser acompanhada de uma proposta de relocação adequada. “Essas pessoas precisam ser respeitadas, pois não ingressam na fila do desemprego e ainda geram empregos. Por isso, é necessário um planejamento antes de fazer a retirada e realocação para outro local. O que pedimos é o diálogo com a prefeitura”, acrescentou o presidente do sindicato.
Luciana Silva, que há 10 anos vende água de coco no calçadão da Rio Branco, é um exemplo de como a situação dos ambulantes precisa ser tratada com cuidado. Em entrevista ao O Dia, ela destacou que já paga alvará para exercer sua atividade e defendeu a organização dos vendedores em espaços adequados, mas sem remoções abruptas.
“Se a prefeitura nos retirar daqui, para onde vamos? Eu sou registrada, mas penso nos que não são e precisam do pão de cada dia na mesa".
Por meio de nota, a SDU informou que “está preparando uma operação para solucionar essa problemática”.
“Reforçamos que a participação da população é fundamental nesse processo. Seguimos comprometidos com a melhoria da mobilidade e do espaço público para todos”, diz a nota. Denúncias e sugestões podem ser enviadas para o Whatsapp da ouvidoria: +55 86 99470-8398.
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