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PM decide expulsar tenente acusado de matar caseiro e roubar cheques de conselheira do TCE

Alexandre Filipe Tupinambá Silva responde a pelo menos 17 processos entre estelionato, apropriação indevida, roubo, furto e homicídio.

04/11/2025 às 15h57

O Conselho de Justificação da Polícia Militar do Piauí decidiu expulsar o 1º tenente Alexandre Filipe Tupinambá Silva, acusado de matar um caseiro por um seguro de vida no valor de R$ 1,5 milhão. O conselho foi aberto em dezembro de 2023 para apurar condutas incompatíveis com os princípios da hierarquia e disciplina militar.

No relatório, o conselho lista 17 acusações graves contra o tenente Tupinambá, entre elas: exercício ilegal de atividade empresarial enquanto militar ativo, não pagamento e não devolução de veículos alugados, envolvimento em diversos boletins de ocorrência por apropriação indevida, estelionato e falsificação de documentos, furto e uso indevido de cheques de autoridade e de terceiros, apropriação de valores obtidos em empréstimo, venda irregular de veículos alugados e falsificação de documentos.

PM decide expulsar tenente acusado de matar caseiro e roubar cheques de conselheira do TCE - (Assis Fernandes/O Dia) Assis Fernandes/O Dia
PM decide expulsar tenente acusado de matar caseiro e roubar cheques de conselheira do TCE

O tenente Tupinambá responde, também, por envolvimento em violência doméstica contra a ex-esposa, acusação de homicídio e abandono de posto e não apresentação à unidade militar, o que caracteriza deserção. Segundo o Conselho, estas condutas ferem os princípios da honra militar e do decoro da classe, previstos em leis estaduais.

O Conselho concluiu por unanimidade que as acusações são procedentes, que o tenente Tupinambá não tem condições de continuar na ativa, que ele deve ser demitido e considerado culpado dos delitos lhe imputados e que suas condutas são incompatíveis com o oficialato. A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) revisou o processo e confirmou que o procedimento foi regular e legal, que as garantias do tenente foram respeitadas e concordou com o Conselho, opinando também pela demissão e declaração de indignidade do oficialato.

A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) revisou o processo e confirmou que o procedimento foi regular e legal - (Reprodução) Reprodução
A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) revisou o processo e confirmou que o procedimento foi regular e legal

Diante das conclusões do Conselho e da PGE, o governador Rafael Fonteles remeteu o processo ao Tribunal de Justiça (TJPI) para que a corte julgue se o tenente Tupinambá é indigno ou incompatível com o cargo na PM. Se o Tribunal confirmar a decisão, ele perderá o posto e a patente, e deverá ser demitido definitivamente da Polícia Militar.

O tenente Tupinambá foi preso no último dia 20 de outubro pela Polícia Civil acusado de ter matado seu caseiro, identificado como José de Ribamar Pereira Osório, para poder receber um seguro de vida no valor de R$ 1,5 milhão. Nem José de Ribamar nem sua família sabiam do seguro. Durante a investigação, verificou-se que Alexandre Tupinambá ainda ofereceu dinheiro para uma filha de José de Ribamar para que a família ficasse calada a respeito da existência do seguro.

Alexandre Tupinambá também é acusado de aplicar diversos golpes em Teresina. Um deles foi roubar um talão de cheques da ex-deputada Flora Isabel, hoje conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI). Ele teria usado os cheques para pagar dívidas. O talão teria sido emitido quando ela exercia mandato como deputada estadual.