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Justiça concede liberdade a empresários investigados por fraudes na Saúde do Piauí

Os dois alvos da Operação OMNI haviam sido presos após a Polícia Federal encontrar indícios de superfaturamento em contratos para prestação de serviços em hospitais estaduais.

03/10/2025 às 11h51

A Justiça Federal concedeu liberdade aos dois empresários que haviam sido presos em Teresina por suposta participação no esquema de fraudes envolvendo contratos da Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi). Bruno Santos Leal Campos e Nemesio Martins de Castro Neto foram atuam o ramo médico-hospitalar e, segundo a Polícia Federal, teriam firmado contratos fraudulentos para prestação de serviços à saúde pública em hospitais estaduais.

Operação OMNI foi deflagrada pela Polícia Federal com a CGU - (Divulgação/Polícia Federal) Divulgação/Polícia Federal
Operação OMNI foi deflagrada pela Polícia Federal com a CGU

Os dois haviam sido conduzidos pela PF no último dia 01, quando foi deflagrada a Operação OMNI. Na ocasião, foram cumpridos mandados judiciais de busca e apreensão na sede da Sesapi, em Teresina, e em endereços relacionados a um servidor do órgão e dos empresários. A investigação resultou no bloqueio de R$ 66 milhões referentes ao suposto esquema de superfaturamento de contratos.

A Polícia Federal apreendeu, ainda, cerca de R$ 1 milhão em espécie e automóveis de luxo nos endereços alvos dos mandados.

Justiça concede liberdade a empresários investigados por fraudes na Saúde do Piauí - (Divulgação/Polícia Federal) Divulgação/Polícia Federal
Justiça concede liberdade a empresários investigados por fraudes na Saúde do Piauí

Em nota, foram dados detalhes da Operação OMNI: “As investigações apontam indícios de direcionamento e conluio em chamamento público da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) para contratação da Organização Social de Saúde (OSS) responsável pela gestão de hospitais estaduais, em especial o Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba. Há suspeitas de superfaturamento, lavagem de dinheiro, conflito de interesses e falsidade ideológica em contratos milionários, incluindo o fornecimento de software de gestão em saúde”, disse a Polícia Federal.

Além do Piauí, a Operação OMNI teve mandados cumpridos nos estados do Maranhão, Tocantins, Goiás, São Paulo, Paraná e em Brasília.

Em nota, a Sesapi disse que está à disposição da Polícia Federal, mas que desconhece o teor da investigação. Ao comentar o assunto, o governador Rafael Fonteles (PT) destacou que “quem tem algum problema, terá que responder pela lei” e reiterou as auditorias que são feitas periodicamente nas contas públicas para evitar irregularidades.

Outro lado

Um dos investigados pela operação se manifestou por meio de nota ao Portal O Dia. Bruno Campos afirmou ter sido surpreendido pelas investigações e mandados de busca e apreensão e que parte dos bens apreendidos pela PF não sao de propriedade dele.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Eu, Bruno Santos Leal Campos, venho a público prestar esclarecimentos sobre os recentes acontecimentos que envolveram meu nome, com o objetivo de resguardar a minha honra e reputação, construídas ao longo de toda a minha trajetória, desde a infância em Picos e Francisco Santos, passando pelos anos de estudo em Teresina, pela residência médica em São Paulo e Brasília, e por todos os lugares onde construí laços profissionais e pessoais sólidos, sempre pautados pelo trabalho e pela ética.

Nesta semana, fui surpreendido com medidas de busca, apreensão e prisão temporária no âmbito de uma investigação conduzida pela Polícia Federal. No momento em que a equipe policial chegou à minha residência, eu estava em deslocamento para minha cidade natal, Picos. Por ter a consciência tranquila de que nada devo à Justiça, retornei voluntariamente, apresentei-me às autoridades e forneci integralmente os esclarecimentos solicitados, inclusive disponibilizando senhas de aparelhos eletrônicos apreendidos.

Fui conduzido à sede da Polícia Federal e permaneci à disposição das autoridades durante todo o período determinado. Ao longo do processo, não foi apresentada qualquer prova concreta que justificasse as conjecturas veiculadas publicamente. 

Lamento profundamente que informações parciais e interpretações precipitadas tenham sido divulgadas de forma midiática e espetaculosa, atingindo de maneira injusta não apenas a minha imagem, mas também a de pessoas próximas a mim, inclusive familiares que nada têm a ver com minhas atividades profissionais.

Minha trajetória como médico, empresário e cidadão sempre foi marcada pela ética, 

transparência e dedicação diária ao trabalho. Nunca recebi apoio político de qualquer natureza, todo o meu caminho foi construído com esforço próprio, atuando de domingo a domingo em diferentes cidades, buscando crescer com responsabilidade e seriedade. Esclareço que as vultosas quantias em dinheiro e os carros de luxo apreendidos e veiculados na imprensa juntamente com minha imagem não me pertencem e não foram apreendidos em minha residência ou em qualquer das minhas empresas.

Encontro-me em liberdade em razão de decisão liminar do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que reconheceu a ausência de fundamentos para a manutenção da prisão temporária. Reitero minha plena confiança nas instituições e no Poder Judiciário, e estou convicto de que, ao longo da investigação, todos os fatos serão devidamente esclarecidos, reafirmando a minha inocência.

Agradeço profundamente à minha família, aos amigos e a todos que me manifestaram solidariedade neste momento delicado, bem como à minha equipe jurídica, na pessoa do advogado Dr. Lucas Villa, pelo empenho e dedicação.

Teresina, 03/10/25

Dr. Bruno Santos Leal Campos


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