Gestantes em Teresina passarão a contar com um novo modelo de pré-natal, que incluirá o calor extremo como fator de risco para a saúde materna e fetal. A decisão foi anunciada pela Fundação Municipal de Saúde (FMS) nesta sexta-feira (14) após os resultados de uma pesquisa científica que revelou os impactos das altas temperaturas na gestação.

Nathalia Amaral / O Dia

Mais de 400 gestantes acompanhadas em UBS em Teresina participaram do estudo.

O estudo, intitulado “Análise do impacto do calor na saúde da mulher gestante de Teresina”, foi realizado pela Agenda Teresina 2030 durante o período do B-R-O BRÓ e acompanhou 411 gestantes atendidas em Unidades Básicas de Saúde (UBS) da capital. Com base nos resultados, a FMS iniciou a elaboração de um novo protocolo de pré-natal, que reconhecerá oficialmente o calor extremo como um marcador clínico e epidemiológico.

A pesquisa identificou que a exposição prolongada ao calor pode causar uma série de complicações, como infecções urinárias, inchaço corporal, aumento da pressão arterial, infecções ginecológicas e impactos na saúde mental. Estudos complementares também apontam que o calor excessivo pode alterar o fluxo sanguíneo fetal, elevar o risco de pré-eclâmpsia e comprometer o desenvolvimento do bebê.

O coordenador da Agenda Teresina 2030, Leonardo Madeira, destacou a importância da parceria com a FMS para oferecer mais qualidade de vida às gestantes e seus filhos.

"As mulheres grávidas de Teresina manifestaram suas queixas, os sintomas, sua condição de vida e sua necessidade de mais informação sobre o que o calor provoca na sua saúde. O que estamos fazendo é construindo, junto com os profissionais da saúde, um novo pré-natal, que atenda diretamente às necessidades dessas gestantes”, disse.

De acordo com o médico Breno Noah, que integra a equipe técnica da FMS, o novo protocolo permitirá identificar e prevenir riscos relacionados às altas temperaturas ainda nas primeiras consultas.

Assis Fernandes/O Dia

Medico Breno Noah afirma que o novo protocolo ajudará as gestantes.

"É preciso que as altas temperaturas de Teresina não sejam somente assunto para iniciar conversa. O calor extremo tem que ser colocado no centro das políticas de saúde da cidade", disse.