A defesa da vereadora Tatiana Medeiros (PSB), presa na manhã desta quinta-feira (03) na segunda fase da Operação Escudo Eleitoral da Polícia Federal, criticou a decisão judicial e alegou que a parlamentar não representa risco à investigação. Em entrevista ao Alô Piauí, da O Dia TV, o advogado Dellano Sousa afirmou que a prisão preventiva foi decretada sem a devida contemporaneidade dos fatos e sem justificativa legal suficiente.
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Segundo Dellano Sousa, os supostos crimes que fundamentaram a prisão teriam ocorrido em outubro de 2024, o que tornaria a decisão extemporânea. Ele enfatizou que Tatiana sempre colaborou com as investigações, comparecendo à sede da Polícia Federal sempre que convocada.
“A defesa recebeu com espanto essa decisão. A vereadora não apresenta risco à investigação e sempre contribuiu de forma espontânea. Agora, precisamos ter acesso aos vestígios coletados para verificar sua autenticidade”, argumentou.

Outro ponto levantado pela defesa foi a falta de notificação prévia à Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Piauí (OAB-PI), o que, segundo Sousa, teria violado a prerrogativa da advogada Tatiana Medeiros. A OAB também se manifestou sobre o tema e afirmou que pode pedir a nulidade da prisão.
A principal justificativa para a detenção da parlamentar, de acordo com a decisão judicial, foi a suposta exclusão de uma mensagem de celular que poderia indicar tentativa de obstrução da justiça. No entanto, o advogado nega essa acusação e afirma que a defesa ainda não teve acesso ao conteúdo que teria embasado a decisão.
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“A vereadora tem residência fixa, é primária e não responde a nenhum outro processo criminal. Não há fundamento para alegar risco à ordem pública. O que existe são suposições”, completou Sousa.
Segundo o advogado, Tatiana está com a “consciência tranquila" e “acredita na justiça”.
“Ela ficou espantada com o contexto em que se deparou pela manhã. Mas o celular e o iPad dela já foram restituídos. A gente aguarda a decisão judicial e discutimos dentro dos autos. Queremos deixar toda a população tranquila. Ela está de consciência tranquila e acredita na justiça”, afirmou.
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A investigação
A vereadora Tatiana Medeiros é um dos alvos da Operação Escudo Eleitoral, que investiga suposto financiamento ilícito de campanhas eleitorais com dinheiro oriundo de facções criminosas. As investigações começaram após as eleições de 2024, quando a Polícia Federal identificou possíveis vínculos entre a parlamentar e Alandilson Cardoso Passos, seu namorado na época e apontado como integrante de uma organização criminosa envolvida com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Alandilson foi preso em novembro de 2024 em Belo Horizonte, enquanto estava foragido. Antes disso, a casa de Tatiana já havia sido alvo de uma operação do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), mas, na ocasião, a vereadora não foi acusada formalmente.

Na operação de hoje, além da prisão de Tatiana Medeiros, foram cumpridos outros sete mandados judiciais, incluindo busca e apreensão e afastamento de agentes públicos. A Polícia Federal investiga também servidores da Câmara Municipal, da Assembleia Legislativa do Piauí e da Secretaria de Saúde do Estado.
Vereadora passará por audiência de custódia nesta sexta (04)
Tatiana Medeiros será submetida a uma audiência de custódia às 9h desta sexta-feira (04), onde o juiz Luís Henrique Moreira Rego analisará a legalidade da prisão. Enquanto isso, a OAB-PI estuda a possibilidade de solicitar a nulidade da detenção, sob alegação de irregularidades no cumprimento do mandado.
A vereadora, que também é advogada e fundadora do Instituto Vamos Juntos, ONG que atende crianças em situação de vulnerabilidade na zona Norte de Teresina, afirmou à defesa que é inocente e acredita na justiça. Seu advogado reafirmou que buscará reverter a decisão e restabelecer sua liberdade.
A Polícia Federal, por sua vez, sustenta que há indícios suficientes para a prisão preventiva e que a operação busca desvendar possíveis conexões entre facções criminosas e representantes do Legislativo Municipal.
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