O engenheiro Antonio Santana, responsável pela elaboração do Plano Diretor do Sistema Viário e de Transporte Coletivo de Teresina, declarou que o transporte público da capital está em situação crítica, destacando que a cidade, das 21 regiões metropolitanas brasileiras com mais de 1 milhão de habitantes, o sistema coletivo está praticamente inoperante. Em entrevista concedida ao O Dia, nesta sexta-feira (8), ele avaliou que para reverter o quadro será necessário criar novas parcerias e garantir investimentos para sustentar um sistema mais eficiente.
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Antonio Santana veio a Teresina a convite do prefeito eleito Silvio Mendes (UB), amigo de longas datas do especialista. Na oportunidade, ele destacou que a problemática no transporte público de Teresina se agravou de uma forma que o sistema não possui mais demanda de usuários, evidenciando uma grave crise no setor.
“Muito preocupado com a situação de Teresina. Teresina, na leitura que estamos fazendo do Brasil inteiro, das 21 regiões metropolitanas com mais de 1 milhão de habitantes, é a região metropolitana que praticamente acabou com o sistema de transporte coletivo, e, evidentemente, acabou com a demanda porque a população se vira para chegar ao trabalho e à sua saúde”, relatou.
Segundo Santana, Teresina precisaria de aproximadamente 500 ônibus em circulação para atender a demanda de sua população. No entanto, atualmente, o número é de cerca de 220 veículos em operação.
A problemática do transporte público de Teresina, segundo o engenheiro Santana, não será resolvida da noite para o dia. De acordo com o especialista, será necessário redesenhar todo o sistema para que o problema possa ter uma solução.
“Como sair dessa sinuca de bico? É um trabalho que não é imediato. O Silvio não vai por um passe de mágica resolver toda a situação, é um esforço durante a administração toda de reorganizar e redesenhar o sistema, colocar muito mais oferta operando. Isso é caro. Só com a arrecadação tarifária é impossível sustentar um sistema desse e numa prefeitura que nem Teresina, que não é nenhuma prefeitura rica, é muito difícil. O desafio é esse”, ressalta.
Integração com outros modais e apoio estadual
Sobre possíveis soluções, Santana citou a interligação do sistema atual com outros modais de transporte, como o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), BRT e metrô. Porém, ele alerta que o VLT, uma das alternativas em discussão, apresenta um custo elevado.
“Tem o VLT, BRT, Metrô, depende muito da demanda. O Governo do Estado tem várias propostas de VLTs para Teresina. O VLT é muito caro. Um quilômetro de construção do VLT está girando em torno de R$ 250 milhões e a operação não é barata”, afirmou.
Diante disso, Santana destacou que uma solução viável para o transporte público em Teresina passa pela união de forças entre o governo municipal, estadual e federal.
“Eu disse para o Silvio que nós temos que nos debruçar agora numa discussão mais ampla com o Governo do Estado e Governo Federal e ver qual é o caminho de investimento melhor para Teresina”, concluiu.
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