Na manhã desta terça-feira (23) foi a vez dos trabalhadores da limpeza urbana de Teresina serem ouvidos na CPI do Lixo. O presidente da entidade representantes da classe, Jonatas Miranda, falou aos vereadores na Câmara Municipal e revelou que 10% dos garis que atuam na capital ainda não foram contratados pelas novas empresas porque ainda não foi dada baixa em suas carteiras de trabalho pela empresa antecessora.

Divulgação/PMT

CPI do Lixo: 10% dos trabalhadores da limpeza ainda não foram recontratados em Teresina

Os outros 90% dos profissionais que já foram realocados em seus postos de trabalho só conseguiram a recontratação por meio de decisão judicial. Segundo Jonatas Miranda, a transição entre a saída do consórcio Recicle/Aurora e a chegada das seis novas empresas que farão a limpeza urbana em Teresina não tem sido pacífica, mas pontuada por problemas.

“A empresa ia fornecer os dados dos trabalhadores para as que ganharam essa licitação emergencial e automaticamente eles serem convocados. Nem isso aconteceu. A gente teve que ir para a justiça e houve uma negociação entre o sindicato, a classe a prefeitura para contratar estes trabalhadores. Nem baixa na carteira foi dada. Eles estão trabalhando pela urgência do serviço e por decisão judicial, que dá a garantia de que eles possam trabalhar e receber por estas novas empresas até que o problema seja resolvido” afirma Jonatas.

Jailson Soares/O Dia

Jonathas Miranda é presidente da categoria dos trabalhadores da limpeza urbana de Teresina

Teresina conta atualmente com cerca de 2 mil profissionais da limpeza urbana divididos entre coleta e capina e varrição.

Na CPI do Lixo, a entidade representante da categoria também denunciou o descumprimento de direitos trabalhistas por parte do consórcio que atuava anteriormente em Teresina. Segundo Jonatas Miranda, a empresa estava há dez meses sem depositar o FGTS, mesmo tendo recebido os repasses da Prefeitura. E antes de deixar a operação dos serviços, não regularizou a situação.

Paralisações e atrasos salariais

Ao longo de 2025, os profissionais da limpeza urbana de Teresina pararam em pelo menos duas ocasiões em protesto contra atrasos de salários. A Prefeitura chegou a repassar quase R$ 12 milhões para a empresa responsável pelo setor fazer o pagamento dos trabalhadores, mas a categoria denunciou que os operadores dos caminhões de coleta ficaram sem receber seus proventos.

O aso foi parar na Justiça do Trabalho, onde foi firmado acordo entre os profissionais, a empresa Recicle/Aurora e a Prefeitura. O consórcio deixou de operar agora no começo de setembro, depois de que seis empresas foram contratadas em caráter emergencial para operar o serviço.

A reportagem do Portalodia.com tentou contato com a empresa Recicle/Aurora, mas até o momento não houve retorno. O espaço segue aberto para futuros esclarecimentos.