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Banca do Joel, um ícone que marcou gerações em Teresina

Muito popular nas décadas de 1980 e 1990, o espaço marcou gerações e tornou-se um até ponto de referência para encontros de grupos

14/04/2025 às 08h54

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Quem é de Teresina ou já visitou o centro da cidade certamente já ouviu falar da Banca do Joel, a mais tradicional banca de revistas e jornais da capital. Muito popular nas décadas de 1980 e 1990, o espaço marcou gerações e tornou-se um até ponto de referência para encontros de grupos.

Banca do Joel, um ícone que marcou gerações em Teresina - (Assis Fernandes/ODIA) Assis Fernandes/ODIA
Banca do Joel, um ícone que marcou gerações em Teresina

Natural de Parnaíba, litoral do Piauí, Joel Meneses da Costa (73) veio para Teresina, com apenas seis anos, juntamente com sua irmã e sua mãe. Na capital, para sustentar os filhos, a mãe de Joel começou a trabalhar como lavadeira. Para complementar a renda familiar, o garoto passou a vender produtos no meio da rua, próximo ao mercado central.

Aos 14 anos, Joel comprou uma banca de ferro usada e começou a vender revistas usadas no centro da cidade. A banca que leva seu nome surgiu em meados da década de 1970 e ficava localizada na Avenida Antonino Freire, embaixo de uma figueira. Pouco depois, o complexo cultural da Praça Pedro II passou por uma reforma, conectando a praça com as calçadas do Cine Rex e do Theatro 4 de Setembro, e a banca do Joel migrou para o local. Durante a realização do ofício, Joel percebeu que poderia tirar seu sustento dessa venda e passou a investir no negócio.

No começo eu até duvidava se conseguiria fazer desse trabalho uma forma de sustento da minha família, pois eu não tinha uma venda grande e que rendesse bem. Nessa época, a editora Abril Cultura dominou o país com diversos produtos, e um representante da empresa veio para Teresina, e o grupo me vendeu uma banca da editora. Levei mais de 24 meses para quitar esse débito, e vendia de tudo, desde gibi a revistas, mas eu gostava da comunicação e decidi vender outras coisas

Joel Meneses da Costa, o Joelempresário

Foi quando Joel passou a vender ingressos de shows e eventos. Nos anos 70 surgiu a primeira emissora de TV do Piauí e, para divulgar as atrações musicais que seriam apresentadas nos programas de televisão, a emissora contava com o Joel, que vendia os ingressos dos shows agendados para acontecer em Teresina.

“Eu me ofereci para vender os ingressos como forma de gerar uma renda a mais para mim, inclusive, formava fila na minha banca para comprar os ingressos, e foi assim que passei a trabalhar vendendo ingressos. Vivi assim por quase 45 anos, fazendo a comunicação chegar nas pessoas”, disse.

Com a popularização de sua banca, Joel já foi representante do Jornal do Brasil, do O Globo, da Folha de S. Paulo, gerando, inclusive, mais de três mil assinaturas de teresinenses. Com o fim das assinaturas dos jornais impressos, Joel precisou se reinventar.

Aos 14 anos, Joel comprou uma banca de ferro usada e começou a vender revistas usadas no centro da cidade - (Teresina do Passado) Teresina do Passado
Aos 14 anos, Joel comprou uma banca de ferro usada e começou a vender revistas usadas no centro da cidade

“Era lindo ver o cliente parando o carro em frente à banca e descer para comprar um jornal ou revista para o pai, o gibi dos filhos, a revista de moda da esposa. Três vezes por semana as pessoas compravam os jornais e aos domingos a quantidade de vendas era maior, já que não havia tanta programação na televisão aberta”, lembra.

A variedade de produtos vendidos também mudou com o tempo, dando espaço para as apostilas preparatórias de cursinhos de vestibular e concurso. O material teve uma excelente repercussão e era enviado até para outros estados vizinhos. “Fizemos crescer essa área, na época, mas não tivemos muitos lucros, pois vendíamos com preços bem acessíveis”, conta.

“Procurei a melhor forma possível de ajudar a população do meu município e de outras cidades através da leitura. Passei 45 anos trabalhando com isso e não ganhei nada, nem uma flor, mas sinto que cumpri meu dever com o povo do Piauí. Decidi sair de Teresina e vim morar em outro estado. Atualmente, resido em São Paulo, trabalho com cultura e vendo livros. Saí fisicamente do Piauí, mas nunca deixei de amar meu estado. Sinto que ajudei a construir Teresina, com muitos jornais, revistas, comunicação e expressão. A cultura é extraordinária e, quando as pessoas reconhecerem isso, nosso país crescerá muito”, ressalta.

A Banca do Joel existe até hoje, mas é administrada por outra pessoa. “Eu não alugo e nem vendo. É um patrimônio, como uma lembrança e um amuleto da minha vida, pois foi com ela que tive a minha estabilidade.

Com a popularização de sua banca, Joel já foi representante do Jornal do Brasil, do O Globo, da Folha de S. Paulo - (Teresina do Passado) Teresina do Passado
Com a popularização de sua banca, Joel já foi representante do Jornal do Brasil, do O Globo, da Folha de S. Paulo

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