O criador e diretor do filme Ai Que Vida!, Cícero Filho, rebateu as críticas feitas à campanha publicitária que ele desenvolveu para o Governo do Estado do Piauí do programa Meu Celular de Volta. A peça mostra o ator Rômulo Augusto interpretando o personagem Valdir, de Ai Que Vida!, andando pela rua ouvindo música no celular. Ele é abordado por dois rapazes negros que roubam o aparelho e logo em seguida são presos.
A campanha tem sido chamada de “racista” Brasil afora por retratar dois jovens negros como assaltantes e um homem branco como a vítima. Criador da campanha, Cícero Filho usou o Instagram para rebater as críticas e explicou o contexto em que a peça publicitária foi desenvolvida. Em postagem feita ontem (21), ele diz que o personagem Valdir é “tão ladrão quanto os outros dois jovens que aparecem no vídeo” e que os atores que dão vida aos personagens são influenciadores piauienses.
“Na verdade, não são dois ladrões. Independentemente de cor, são três. Quem assistiu Ai Que Vida! lembra que o Valdir também é ladrão. Vão lembrar da cena que ele está no mercadinho juntamente com o Romeu e outros dois rapazes brancos, galãs de novela, roubando perfume. Na campanha não são dois ladrões. São três. Bora botar o Valdir também porque ele é ladrão. É ladrão roubando ladrão”, explicou Cícero Filho.
Carregando publicação do Instagram... Clique para ver a publicação
De acordo com o diretor, a esquete que inspirou a criação da peça publicitária foi retirada inclusive do Instagram de um dos atores negros que aparece no vídeo interpretando um dos ladrões. Cícero conta que viu o vídeo, entrou em contato e pediu autorização para desenvolver o roteiro em cima da ideia. “Liguei, falei que gostei da história, disse que estava desenvolvendo o roteiro e perguntei se podiam nos autorizar. Eles disseram que sim, desde que participassem também. Eu abracei, porque eles são muito bons, são meninos talentosos e eu amei a pegada deles”, disse Cícero Filho.
O diretor menciona outros vídeos criados pelos atores em seus perfis satirizando situações como prisões e eles sendo colocados em um camburão da polícia. Para Cícero, os perfis que criticam a publicidade do Governo estão apenas “apontando um alvo” e “querendo atacar”. Ele destacou que teve toda liberdade criativa para desenvolver a peça e que isto estava inclusive previsto em cláusula contratual.
O vídeo havia sido compartilhado nas redes inclusive pelo governador Rafael Fonteles (PT), que excluiu a publicação depois da repercussão. Em nota, a Secretaria de Comunicação do Governo do Estado afirmou que a publicidade “não tem qualquer conotação racista” e que os atores negros que aparecem no vídeo são influenciadores digitais piauienses “reconhecidos por produzirem conteúdos semelhantes”.
"A proposta da campanha é explicar, de forma lúdica e leve, utilizando os talentos do cinema e humor piauienses, os avanços do estado na área de segurança pública, reforçando o orgulho pela nossa cultura e pelas produções locais. A Secretaria de Comunicação repudia toda e qualquer forma de racismo, discriminação ou preconceito", informou a Secretaria.
LEIA TAMBÉM
Você quer estar por dentro de todas as novidades do Piauí, do Brasil e do mundo? Siga o Instagram do Sistema O Dia e entre no nosso canal do WhatsApp se mantenha atualizado com as últimas notícias. Siga, curta e acompanhe o líder de credibilidade também na internet.