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Preguiça ou procrastinação? Entenda a diferença e os sinais

Psicóloga detalha as diferenças entre preguiça, desmotivação e procrastinação e dá dicas práticas para lidar com o problema.

06/09/2025 às 16h25

A procrastinação faz parte da rotina de muitas pessoas e, frequentemente, é confundida com preguiça ou desmotivação. Mas, segundo a psicóloga Cíntia Visgueira, esses conceitos são distintos e precisam ser entendidos de forma adequada para que não se transformem em um problema para a saúde mental e para a vida pessoal ou profissional.

De acordo com a especialista, a preguiça está ligada a momentos pontuais de cansaço físico ou mental, que podem ser superados com descanso. “Preguiça é quando estou sem vontade, sobrecarregada ou cansada. Eu paro, descanso e no outro dia já estou pronta para conquistar a vida”, explica Cíntia.

A procrastinação, por outro lado, tem raízes emocionais mais profundas. Ela ocorre quando o indivíduo adia atividades importantes, mesmo sabendo das consequências negativas desse atraso. “Procrastinar é quando alguma coisa do meu emocional está empacando que eu consiga fazer uma atividade. E eu até entendo que, se eu não fizer, vai ter alguma dificuldade, eu vou ser prejudicada de alguma forma. Mas, mesmo assim, mesmo quando eu descanso, eu não consigo fazer aquela atividade”, afirma.

Cíntia Visgueira, psicóloga. - (O DIA TV) O DIA TV
Cíntia Visgueira, psicóloga.

Segundo a psicóloga, procrastinar é deixar algo para depois porque aquela tarefa gera ansiedade, medo, preocupação ou até perfeccionismo. “Eu evito o sofrimento que imagino viver ao realizar aquela atividade, mas isso gera um ciclo de culpa, estresse e ansiedade”, destaca.

Essa diferença é fundamental para evitar julgamentos equivocados. Muitas vezes, quem procrastina é visto como preguiçoso ou acomodado, quando, na verdade, enfrenta conflitos internos que dificultam a ação. Para Cíntia, apontar o dedo e cobrar apenas aumenta a culpa e o sofrimento de quem vive esse comportamento.

Um dos pontos centrais levantados pela psicóloga é a importância da regulação emocional, que significa a capacidade de identificar, compreender e lidar com as próprias emoções. “A procrastinação pode estar ligada a problemas emocionais não resolvidos. É preciso se perguntar: o que está me causando essa dificuldade? Por que não consigo avançar? Esse autoconhecimento é o primeiro passo para a mudança”, afirma.

Cíntia também reforça que a motivação não surge do nada, ela nasce da ação. “É como na academia. A motivação vem quando você começa a ver resultados. Então, não espere se sentir motivado para agir. Comece pequeno, com metas simples, de cinco minutos por dia. Isso já é melhor do que não fazer nada”, aconselha.

Além do acompanhamento psicológico, a especialista lembra que é importante verificar também aspectos físicos, como a saúde e possíveis carências nutricionais, antes de associar tudo ao campo emocional.

Entre as dicas práticas da psicóloga estão estabelecer metas pequenas e realistas, respeitar os próprios limites, ter compaixão consigo mesmo e sair, pouco a pouco, da chamada “zona de conforto”. Além disso, ela reforça que familiares e amigos devem evitar julgamentos e cobranças excessivas, oferecendo apoio e compreensão. Para quem convive com alguém que procrastina, a psicóloga recomenda empatia em vez de cobrança. Escutar, compreender e apoiar pode ser decisivo para ajudar na superação.

“Procrastinar adoece. Mas, quando a pessoa dá o primeiro passo, percebe que é mais capaz do que imaginava. Às vezes, aquilo que parecia impossível é mais simples do que parecia. Basta coragem para sair da zona de conforto”, finaliza Cíntia Visgueira.

Rebeca Negreiros, especial para o Portal O Dia, com edição de Isabela Lopes.


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