O Plano de Enfrentamento à Estiagem para enfrentar os efeitos da estiagem no estado foi anunciado nesta terça-feira (23) pelas Águas do Piauí. O pacote emergencial prevê a perfuração de 62 novos poços e a revitalização de outros 217, além da instalação de reservatórios móveis, estações de tratamento compactas e o reforço da frota de caminhões-pipa.

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Plano de Enfrentamento à Estiagem no semiárido é lançado pela Águas do Piauí

A ação tem como foco principal os municípios da região do semiárido, historicamente marcados por crises de abastecimento, mas abrange também zonas rurais, tanto em povoados estruturados quanto em comunidades isoladas.

Segundo o diretor-presidente da empresa, Guilherme Dias, o plano já começou a ser executado e deve beneficiar diretamente cerca de 1,9 milhão de piauienses.

“O semiárido concentra as situações mais críticas, em cidades como Betânia, Fartura e Marcolândia, que enfrentam problemas históricos de desabastecimento. Estamos instalando reservatórios de 70 mil litros e chafarizes, além de reforçar o abastecimento com caminhões-pipa. Mas o objetivo é estruturar sistemas permanentes e garantir água 24 horas por dia”, destacou.

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Guilherme Dias, diretor-presidente da Águas do Piauí

Um dos diferenciais do contrato de concessão firmado pelo governo estadual é a inclusão da zona rural, tradicionalmente fora dos planos de abastecimento. A cobertura será dividida para a inclusão das duas frentes. Os aglomerados rurais (povoados com pelo menos 30 casas com proximidade de até 20 metros) terão atendimento equivalente a bairros urbanos. Já as comunidades rurais dispersas contarão com soluções alternativas, como caminhões-pipa rastreados e reservatórios móveis. A Águas do Piauí afirma que não há cobrança pelo fornecimento nessas operações, que é exclusivamente de água potável, e pede que a população denuncie casos de cobrança irregular.

O diretor-executivo de operações, Danilo Almeida, explicou que a empresa vem utilizando tecnologias para ampliar a eficiência do sistema. “Estamos instalando estações móveis de tratamento com capacidade de 70 mil litros por hora e reservatórios containers que injetam água direto na rede, reduzindo a dependência de pipas. Também ampliamos a rede de monitoramento com sensores em tempo real para acompanhar a pressão e o nível dos reservatórios”, afirmou.

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Danilo Almeida, diretor executivo da Águas do Piauí

Investimento e metas

O contrato da concessionária prevê R$ 9,6 bilhões em investimentos até 2040, sendo R$ 5,6 bilhões nos primeiros cinco anos. Desde que assumiu a gestão, em maio, a empresa afirma já ter aplicado quase R$ 200 milhões em ações emergenciais. Além de ampliar a oferta de água, o plano está alinhado ao marco do saneamento, que prevê a universalização do abastecimento até 2033 e cobertura de 90% de esgoto até 2040.

“O Piauí enfrenta um desafio histórico, agravado por uma estiagem mais intensa este ano. Não vamos eliminar a falta de água de imediato, mas já estamos reduzindo o impacto. A expectativa é que, no próximo ano, o problema seja menor e atinja cada vez menos famílias”, concluiu Guilherme Dias.

A Águas do Piauí, subsidiária do grupo Aegea, assumiu a operação em 224 municípios do estado, incorporando sistemas antes geridos pela Agespisa e por serviços municipais. A meta é transformar o acesso à água em uma realidade contínua, especialmente para populações rurais que, até então, conviviam com a irregularidade do abastecimento.