Os serviços de streaming de vídeo, aqueles onde as pessoas escolhem o que querem assistir em catálogos (Netflix e Globoplay, por exemplo), se popularizaram no mundo à medida que o acesso à internet se ampliou e as plataformas se tornaram mais acessíveis financeiramente. No entanto, o acesso aos serviços de streaming de vídeo ainda é desigual no Brasil. O Piauí, por exemplo, ocupa o posto de Estado com a menor quantidade de assinantes de serviços como Netflix e Globoplay.
De acordo com o IBGE, somente 24% dos piauienses assinam plataformas digitais de vídeo sob demanda, a exemplo da Netflix e do Globoplay, que são os dois maiores serviços em operação no Brasil. Significa dizer que nem metade dos habitantes do Estado utilizam estas plataformas para consumir conteúdo de vídeo (filmes, séries e novelas). É mais de 70% da população do Piauí fora do radar dos serviços de streaming.
O IBGE não deixa claro como essas pessoas que não assinam Globoplay ou Netflix, por exemplo, consomem filmes e séries, mas destaca que a assinatura está diretamente relacionada à renda familiar. Um serviço de streaming na modalidade mais básica no Brasil chega a custar R$ 19,90 mensais com uma única tela disponível. As assinaturas mais caras (planos premium anuais) chegam a valer mais de R$ 700 em alguns serviços. Esse valor representa quase um terço do salário mínimo brasileiro.
O rendimento médio mensal per capita nos domicílios que tinham acesso a serviços como Netflix ou Globoplay é de R$ 2.950, representando mais que o dobro daqueles que não possuíam acesso a esses serviços (R$ 1.390). A própria Associação Nacional do Cinema (Ancine) diz que o preço da plataforma aliado ao catálogo que ela oferece é o maior fator de atração, mas também de rejeição de um serviço de streaming. O custo-benefício impacta.
Em 11 estados brasileiros, o acesso a serviços pagos de streaming de vídeo reduziu, enquanto que em 14 houve aumento. Em outras duas, a quantidade de assinaturas permanece inalterada. Os estados com as maiores proporções de acesso pago são o Distrito Federal (55,9%), Santa Catarina (53,6%) e Amapá (51,9%). As menores proporções foram no Piauí (24,7%), Maranhão (27,9%) e Ceará (28,4%).
Sinal de TV aberta diminuiu no Piauí
Ao mesmo tempo em que os serviços de streaming de vídeo se dinamizam, há uma queda no consumo da televisão aberta, embora as duas modalidades não sejam concorrentes diretas. No Piauí, o número de aparelhos de televisão que não recebem sinal analógico ou digital de TV aberta chegou a 18,2% em 2024. O aumento foi de 2,4 pontos percentuais em relação a 2022, quando 15,8% dos domicílios não possuíam televisão aberta.
Isso colocou o Piauí em segundo lugar no ranking nacional dos estados sem sinal de TV aberta. Na região Nordeste, o Piauí é o primeiro. Em 2024, no Brasil, 11,5% dos domicílios com televisão não recebiam sinal de televisão aberta, aumento de 5,2 pontos percentuais em relação à proporção observada em 2022, quando registrou-se 6,3%.
O serviço de TV por assinatura também registrou queda no Estado. Em 2024, no Piauí, só 11,8% dos lares tinham acesso ao serviço de televisão por assinatura. Este serviço oferece um número variado de canais exclusivos de acordo com o pacote contratado, além fornecer conteúdo da TV aberta. O IBGE observou que, assim como o streaming, a adesão aos serviços de TV por assinatura também está relacionada com a renda.
Em 2024, por exemplo, o rendimento médio mensal domiciliar per capita nos domicílios com televisão que tinham acesso a TV por assinatura era R$ 2.653, quase o dobro do rendimento observado nos domicílios com televisão que não tinham acesso ao serviço (1.301).
Você quer estar por dentro de todas as novidades do Piauí, do Brasil e do mundo? Siga o Instagram do Sistema O Dia e entre no nosso canal do WhatsApp se mantenha atualizado com as últimas notícias. Siga, curta e acompanhe o líder de credibilidade também na internet.