A imposição de tarifa de 50% sobre a compra de produtos brasileiros pelos Estados Unidos trouxe uma série de incertezas para o mercado interno, sobretudo para aqueles estados que possuem laços econômicos mais estreitos com o mercado norte-americano. No Piauí, uma das preocupações, além do mel, é a produção pesqueira, que é uma das principais atividades econômicas do Estado. Mas os produtores de peixe não devem ser afetados pelo tarifaço. 

Ao menos é o que garante o superintende federal da Pesca e Aquicultura no Piauí, Magno Soares. É que o Piauí exporta seu peixe para outros estados brasileiros e não para fora do país, o que mantém o mercado intacto às oscilações econômicas externas. “Nosso mercado hoje é bom. Hoje a gente exporta para o Estado do Ceará nossa produção de tilápia, então não vamos ser afetados pelo tarifaço, porque não exportamos para fora do país. Nosso mercado consumidor mais forte é o Ceará”, explica Magno.

Assis Fernandes / O Dia

Superintendente Magno Soares

A maior preocupação da Superintendência no momento é organizar os piscicultores para que eles possam fornecer peixe para os municípios piauienses e participar de uma fatia econômica que, segundo Magno Soares, é importante. Representantes da atividade pesqueira piauiense vão visitar o município paranaense de Cascavel para conhecer de perto como funcionam as casas de beneficiamento móveis.

“Hoje, a gente tem diversas lâminas d’água para a produção de camarão no Norte do Piauí. Mas o forte ainda é a criação de tilápia e tambaqui, que é o que queremos fornecer para os municípios”, diz o superintendente.

Estratégias para enfrentamento da seca

O Piauí como um todo vem sofrendo com os impactos causados pela seca severa nos últimos meses. Assim como várias atividades econômicas, a piscicultura também é afetada. Questionado sobre a projeção de investimentos no setor diante deste cenário, o superintendente Magno Soares disse que a prioridade é organizar os sindicatos, as colônias e associações para que elas se tornem aptas a receber financiamentos e recursos destinados tanto pelo Ministério da Pesca, quanto pelo Ministério do Desenvolvimento Social.

Assis Fernandes/O Dia

Pesca no Piauí não será afetada pelas tarifas dos EUA, diz superintende

“Agora mesmo pela Codevasf, nós entregamos diversos equipamentos para que as pessoas pudessem se deslocar como caminhões, embarcações, motores. Para que elas se desloquem para pescar nos rios e lagos perenes. Às vezes o produtor reside em um determinado município em que, nesse momento, sua atividade está prejudicada por causa da seca. Esses equipamentos ajudam ele a se deslocar para outras regiões”, discorre.

O foco, segundo Magno, é mirar nas fazendas de piscicultura e na pesca artesanal, que é uma das mais desenvolvidas no Piauí.