A Polícia Civil do Piauí divulgou neste domingo (16) que investiga a suspeita de que o ex-tenente da Polícia Militar Alexandre Filipe Tupinambá Silva suspeito de ter matado o caseiro José de Ribamar, em abril de 2023, ocorrida no sítio do tenente, na comunidade Caju, em Santo Inácio do Piauí, também teria planejado a morte de um segundo funcionário, reproduzindo o mesmo suposto método de simulação de acidente elétrico para receber indenizações de seguros de vida.
Inicialmente registrada como acidente por descarga elétrica, a morte do caseiro passou a ser tratada como homicídio após diligências, oitivas e análises documentais apontarem indícios de simulação da cena, falsificação e ameaças a testemunhas. Segundo a Polícia Civil, o objetivo do crime seria obter um seguro de vida de R$ 1,5 milhão, cujo beneficiário era um advogado amigo do militar — informação desconhecida pela família da vítima.
Durante a prisão temporária, novas diligências revelaram um segundo seguro de vida, de R$ 1 milhão, contratado em nome de outro funcionário ligado à família da ex-esposa do ex-tenente, tendo o próprio militar como beneficiário. Depoimentos indicam que ele teria tentado provocar a morte desse trabalhador da mesma forma: simulando um acidente elétrico.
A vítima relatou que o Tupinambá pediu que ele retirasse um suporte de TV, mas, ao desconfiar da situação, percebeu fios desencapados conectados ao equipamento, o que poderia causar uma descarga fatal. O plano não se concretizou porque o funcionário identificou o risco a tempo. Diante dos indícios de homicídio qualificado e tentativa de homicídio motivados por fraude a seguros, a Polícia Civil solicitou a prisão preventiva do tenente, que foi autorizada pelo Judiciário e executada pela DEOP.
A Diretoria de Operações Policiais (DEOP) cumpriu, então, o mandado de prisão preventiva contra o militar, que já estava detido desde o dia 18, quando teve a prisão temporária decretada no inquérito sobre a morte de José de Ribamar.
“As investigações continuam, visando ao completo esclarecimento dos fatos e identificação de eventuais outros envolvidos. Pelo que foi levantado, esse tenente é de extrema periculosidade, podendo coagir vítimas e até atentar contra a vida de testemunhas”, afirmou o delegado Tales Gomes.
Alpem da morte de caseiro, ex-tenente possui extensa lista de acusações
O Conselho de Justificação da Polícia Militar do Piauí decidiu expulsar o ex-1º tenente da corporação. Isso porque, no relatório, o conselho lista 17 acusações graves contra o ex-tenente Tupinambá, entre elas: exercício ilegal de atividade empresarial enquanto militar ativo, não pagamento e não devolução de veículos alugados, envolvimento em diversos boletins de ocorrência por apropriação indevida, estelionato e falsificação de documentos, furto e uso indevido de cheques de autoridade e de terceiros, apropriação de valores obtidos em empréstimo, venda irregular de veículos alugados e falsificação de documentos.
Tupinambá responde, também, por envolvimento em violência doméstica contra a ex-esposa, acusação de homicídio e abandono de posto e não apresentação à unidade militar, o que caracteriza deserção. Segundo o Conselho, estas condutas ferem os princípios da honra militar e do decoro da classe, previstos em leis estaduais.
Alexandre Tupinambá também é acusado de aplicar diversos golpes em Teresina. Um deles foi roubar um talão de cheques da ex-deputada Flora Isabel, hoje conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI). Ele teria usado os cheques para pagar dívidas. O talão teria sido emitido quando ela exercia mandato como deputada estadual.
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