Somente nesta semana, três deputados estaduais repercutiram críticas à cobrança de pedágios na região de Uruçuí, onde está localizada a Rodovia Transcerrados e Estrada Palestina, fruto de uma Parceria Público-Privada (PPP) com o Governo do Piauí, que prevê investimentos de R$ 650 milhões no início da concessão, com duração de 30 anos. A principal queixa é a presença de três praças de pedágio em um trecho de apenas 35 km na PI-247.

Divulgação Secom Piauí

Deputados cobram que a implementação de três pedágios em um trecho de 35 km poderá trazer prejuízos para a população.

Segundo publicação da Concessionária CS Grãos do Piauí, o pedágio, em vigor desde maio deste ano, custa R$ 11,10 por eixo, o que significa que um carro de passeio paga R$ 22,20 por trecho. A parceria, intermediada pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER), é considerada estratégica para o escoamento de grãos no cerrado piauiense.

O deputado Gustavo Neiva (PP) criticou a instalação de três praças em trecho tão curto, afirmando que a medida onera moradores, produtores e empreendedores locais, além de entregar à iniciativa privada uma estrada recuperada com recursos públicos. “O governo gasta dezenas de milhões para recuperar a estrada e, quando ela está pronta, entrega para cobrar pedágio da população”, reclamou.

Já o deputado Gil Carlos (PT) reconheceu a importância da PPP e dos investimentos no Circuito da Soja, mas defendeu revisões na localização dos pedágios para evitar cobranças em deslocamentos internos.

“A instalação dessas praças, a princípio, causaria transtornos nos deslocamentos locais dos usuários, com destaque para a movimentação de caminhões da Bunge ao bairro Portal dos Cerrados, onde os caminhoneiros tomam serviços: manutenção, abastecimento, mecânica, restaurantes, hospedaria. É um deslocamento local”, disse.

A deputada Ana Paula (MDB) pediu a suspensão das taxas consideradas abusivas, destacando que a preocupação é com os pontos de instalação, e não com a concessão em si.

“A concessão traz custos, mas também traz eficiência. O que queremos é uma rodovia segura, que permita o escoamento da produção e garanta dignidade a quem precisa se deslocar pela região. Embora os pedágios façam parte do acordo, seus locais de implantação devem levar em consideração as demandas locais”, afirmou.

Em nota, a CS Grãos do Piauí informou que há atualmente quatro praças de pedágio sob sua administração, localizadas nas rodovias Transcerrados (PI-397) e Estrada Palestina (PI-262), e que todas seguem rigorosamente o contrato firmado com o governo estadual.

A concessionária destacou ainda que já investiu R$ 315 milhões nos 584 km das rodovias, o que reduziu em até três horas o tempo de viagem e melhorou a fluidez e segurança do tráfego, além de ampliar os serviços de apoio aos usuários.

Confira a nota completa da CS Grãos

A concessionária reitera que a localização e futura operação das novas praças de pedágios localizadas na cidade de Uruçuí, região sul do estado, cumprem todos os compromissos contratuais e regulatórios estabelecidos na Parceria Público-Privada (PPP) firmada com o Governo do Estado, igualmente ao que já ocorre nas 4 praças em funcionamento em pontos das rodovias Transcerrados (PI-397) e Estrada Palestina (PI-262).

Desde o início, a companhia já investiu cerca de R$ 315 milhões nos 584,03km das rodovias Transcerrados e Palestina que estão sob concessão, impulsionando o desenvolvimento regional, a mobilidade e a eficiência logística e impacto socioambiental em um dos principais corredores de escoamento de grãos do Piauí. Esses investimentos resultaram em melhor fluidez do tráfego, com redução média de três horas no tempo de percurso, além da ampliação dos serviços de apoio aos usuários.