A Operação Carbono Oculto 86, que foi realizada ontem (05) pela Polícia Civil e resultou na interdição de 49 postos de combustíveis no Piauí, pode devolver aos cofres público R$ 20 milhões que foram desviados por meio das fraudes fiscais e financeiras. A ação tem duas linhas principais de investigação: a da adulteração de combustíveis e a da lavagem de dinheiro. Ambos os crimes eram praticados com ligação direta ao PCC.
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A Carbono Oculto 86 contou com a participação da Secretaria de Fazenda (Sefaz-PI), que forneceu os dados fiscais e financeiros à equipe de investigação e permitiu identificar as movimentações suspeitas como emissão de notas fiscais frias, adulteração dos combustíveis e a atuação de empresas de fachada. Hoje (06), a Sefaz informou que a ação deve resultar na recuperação de aproximadamente R$ 20 milhões que deixaram de ser arrecadados com as fraudes nos últimos anos.
A estimativa de ressarcimento ao Estado foi feita pela Unidade de Fiscalização de Empresas junto com o Grupo Interinstitucional de Combate aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Grincot). O trabalho conjunto possibilitou mapear a existência de postos de combustíveis atuando no Piauí sem autorização da Agência Nacional do Petróleo (ANP), além das fraudes tributárias milionárias. Estima-se que o grupo tenha movimentado cerca de R$ 1 bilhão com a lavagem de dinheiro.
A partir dos indícios levantados pela Inteligência da Sefaz, foram abertas 15 ordens de serviço de fiscalização, que já estão em andamento contra empresas diretamente envolvidas no esquema. A Secretaria também vai solicitar a quebra de sigilo bancário dos investigados e iniciar uma auditoria sobre o patrimônio das empresas envolvidas.
São citadas pela polícia no inquérito as empresas Prima Energia e Participações Ltda, a Mind Energy Participações Ltda, a Rede Diamante/CNPX Diamante Nice Participações Ltda, e fundos e fintechs como a Altinvest, a Jersey FIP, a GGX Global Participações, a Duvale Distribuidora e a Copape Produtos de Petróleo. Entre os empresários investigados são citados: Haran Santhiago Girão Sampaio e Danillo Coelho Sousa, proprietários da rede de postos HD, Moises Eduardo Soares Pereira e Salatiel Soido de Araújo, Denis Alexandre Jotesso Villani, vinculado à Rede Diamante, e Rogério Garcia Peres, gestor da Altinvest.
Veja quem são os empresários e as empresas investigadas
Caso sejam confirmadas as irregularidades, a Sefaz pode cancelar a inscrição estadual das empresas, impedindo a continuidade de suas atividades econômicas no Estado.
“Essa investigação acompanhou a atuação das empresas envolvidas desde 2023. Nesse processo, fornecemos a situação cadastral dessas empresas, analisamos declarações e documentos fiscais, bem como produzimos relatórios detalhados com as notas fiscais eletrônicas emitidas e recebidas pelos alvos. Também apresentamos os principais achados resultantes da nossa análise fiscal. Com esse trabalho, foi possível avançar na desarticulação do esquema”, afirmou o diretor da Unifis, Edson Marques.
Carbono Oculto 86
A Operação Carbono Oculto 86 investiga lavagem de dinheiro do PCC através de postos de combustíveis em Teresina e nos Estados do Maranhão e Tocantins. No Piauí, 49 postos foram interditados e diversos bens de luxo foram apreendidos. Pelo menos R$ 348 milhões foram bloqueados pela justiça.
Veja os bens que foram apreendidos na operação
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