Nesta segunda-feira (17), uma audiência de instrução realizada no Fórum da Comarca de Parnaíba reforçou a inocência de Lucélia Maria no caso dos envenenamentos ocorridos na cidade. Durante a sessão, foram ouvidas autoridades policiais e a suspeita Maria dos Aflitos, apontada como responsável pelos crimes ao lado de seu companheiro, Francisco de Assis.

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O advogado de Lucélia, Sammai Cavalcanti, classificou a audiência como um "sucesso absoluto", destacando que Maria dos Aflitos praticamente confessou o crime e retirou qualquer envolvimento de Lucélia na tragédia.
“Hoje foi audiência de instrução, realmente foi uma audiência muito proveitosa para a defesa, inclusive com declarações da autoridade policial indicando realmente a inocência da Lucélia. A senhora Maria dos Aflitos também foi ouvida e praticamente confessou o crime, atribuindo a responsabilidade do assassinato dos dois infantes lá em agosto do pretérito ano ao companheiro dela, o Francisco de Assis”, declarou o advogado.
Entenda o caso
Lucélia Maria foi presa em agosto de 2024, acusada de envenenar duas crianças em Parnaíba. Desde o início, ela afirmava sua inocência, mas apenas em janeiro a polícia confirmou que os cajus que ela doou para os meninos João Miguel e Ulisses não estavam envenenados.

O caso teve uma reviravolta quando, no início deste ano, outras nove pessoas da mesma família foram envenenadas. Todas eram parentes dos meninos João Miguel e Ulisses, que faleceram em Teresina após ingerirem terbufós, conhecido popularmente como chumbinho.
Inicialmente, a principal suspeita era que o veneno estivesse nos cajus dados por Lucélia às crianças. Como a polícia encontrou veneno de rato na casa dela, foi decretada sua prisão preventiva. No entanto, com o laudo pericial comprovando que os cajus não estavam contaminados, as investigações passaram a apontar Francisco de Assis Pereira da Costa, padrasto da mãe das crianças, como o verdadeiro responsável.

As apurações concluíram que Francisco de Assis planejou e executou os envenenamentos com a ajuda de sua companheira, Maria dos Aflitos Silva, que era mãe e avó das vítimas. Segundo a Polícia Civil, os crimes foram premeditados pelo casal. Outra vítima, Maria Jocilene, morreu após tomar um café envenenado na casa da família. A polícia também revelou que ela mantinha um relacionamento extraconjugal com Maria dos Aflitos.
Indiciamento e penas
A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre os envenenamentos no dia 6 de março e indiciou Maria dos Aflitos e Francisco de Assis por 23 crimes, que, somados, podem resultar em mais de 300 anos de prisão.
Maria dos Aflitos foi indiciada por: quatro homicídios triplamente qualificados, quatro feminicídios, duas tentativas de feminicídio, uma tentativa de homicídio triplamente qualificada e uma denunciação caluniosa.
Francisco de Assis foi indiciado por: quatro homicídios triplamente qualificados, três feminicídios, duas tentativas de feminicídio, uma tentativa de homicídio triplamente qualificada e um crime de fraude processual.
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