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Starlink deverá fornecer internet via satélite para celulares nos EUA

Inovação promete levar conectividade a locais sem cobertura terrestre, utilizando apenas um smartphone comum com tecnologia LTE.

03/12/2024 às 07h35

A Starlink, empresa de satélites do bilionário Elon Musk, deu início à operação do serviço "Direct to Cell" nos Estados Unidos, permitindo que usuários em regiões isoladas acessem a rede de telefonia celular por meio de conexão via satélite. A inovação promete levar conectividade a locais sem cobertura terrestre, utilizando apenas um smartphone comum com tecnologia LTE.

Bilionário Elon Musk - (Reprodução) Reprodução
Bilionário Elon Musk

Atualmente, o serviço está restrito ao envio de mensagens de texto, mas a Starlink planeja expandi-lo para incluir chamadas telefônicas, envio de imagens e áudios. Além disso, há planos ambiciosos de oferecer velocidades de internet entre 100 e 200 Mbps, com latência de apenas 20 ms, rivalizando com o desempenho do 4G.

O "Direct to Cell" funciona em parceria com operadoras locais nos Estados Unidos, sem necessidade de antenas específicas ou torres de sinal. Apesar da expectativa de expansão global, ainda não há previsão para o lançamento no Brasil, uma vez que a liberação depende de aprovação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Enquanto isso, iniciativas semelhantes já estão em andamento na China. A constelação BeiDou oferece serviços de envio de SMS e chamadas telefônicas via satélite, mas exige chips específicos e é limitada a dispositivos compatíveis, como a linha Huawei Mate 60. A chegada do "Direct to Cell" reflete a crescente competição no mercado de telecomunicações por satélite, que busca oferecer conectividade estável e acessível mesmo nas regiões mais isoladas do planeta.

O que é a Starlink?

A Starlink é uma empresa subsidiária da SpaceX, fundada pelo bilionário Elon Musk, dedicada à oferta de serviços de internet via satélite. Seu diferencial está na utilização de uma constelação de satélites de órbita baixa (LEO, na sigla em inglês), o que reduz a latência e aumenta a velocidade em comparação aos satélites tradicionais de órbita geossíncrona. A proposta é levar internet de alta velocidade e baixa latência a regiões remotas ou com infraestrutura de conectividade limitada.

O sistema da Starlink é composto por milhares de satélites em constante expansão e tem como objetivo final cobrir todo o planeta com uma rede estável e confiável. Usuários precisam de um kit de recepção composto por uma antena parabólica (o "Dishy") e um roteador para se conectar ao serviço.

Starlink e os problemas com o Brasil

Embora a Starlink já esteja operando em diversos países, sua atuação no Brasil enfrenta desafios relacionados a regulação, impacto ambiental e conflitos de interesses.

  1. Autorização pela Anatel
  • Para operar no Brasil, a Starlink precisa de aprovação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Em 2022, a empresa recebeu permissão para vender e operar seus equipamentos no país. No entanto, novas expansões e serviços, como o "Direct to Cell", também precisam de aprovação.
  1. Preocupações ambientais e sociais
  • O uso de bases para instalação de antenas em áreas remotas, como a Amazônia, levantou questões sobre impactos ambientais e respeito a populações indígenas. Em janeiro de 2023, o Ministério Público Federal começou a investigar denúncias de que a Starlink estaria sendo utilizada em operações ilegais, como mineração em terras indígenas.
  1. Custo elevado
  • O preço do serviço da Starlink é relativamente alto para os padrões brasileiros, especialmente para consumidores de baixa renda em áreas rurais, que são justamente o público-alvo da tecnologia.
  1. Competição e regulação nacional
  • Empresas nacionais e operadoras já oferecem soluções de conectividade, criando resistências de mercado. Além disso, o governo busca um equilíbrio entre abrir espaço para empresas internacionais e fomentar soluções locais.

Apesar dos obstáculos, a Starlink tem potencial para se tornar uma solução importante para a inclusão digital em regiões remotas do Brasil, mas precisará superar desafios regulatórios, ambientais e sociais para expandir sua atuação.


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