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"Não sou dono do tigrinho", diz Fernandinho OIG em depoimento à CPI das Bets

O empresário de 33 anos, afirmou ter estudado apenas até o primeiro ano do ensino médio e que seus negócios se expandiram nos últimos anos. Mas não soube dizer quantas empresas sua holding controla

27/11/2024 às 11h40

27/11/2024 às 11h40

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets iniciou, na terça-feira (26), as investigações sobre o impacto econômico das empresas de apostas no Brasil e suas possíveis conexões com atividades ilícitas, como lavagem de dinheiro. Durante a sessão, dois delegados detalharam os mecanismos por trás dos esquemas ilegais envolvendo plataformas de apostas.

O destaque, foi o depoimento do empresário Fernando Oliveira Lima, conhecido como Fernandin OIG, CEO da One Internet Group (OIG). Ele negou qualquer envolvimento direto com o "Jogo do Tigrinho", um dos mais populares e controversos no mercado de apostas.

"Não sou dono do tigrinho", diz Fernandinho OIG em depoimento à CPI das Bets - (Edilson Rodrigues/Agência Senado) Edilson Rodrigues/Agência Senado
"Não sou dono do tigrinho", diz Fernandinho OIG em depoimento à CPI das Bets

Fernando é maranhense, mas cresceu em Teresina. Ele foi convocado a pedido da relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). De acordo com o requerimento, o empresário e sua empresa são suspeitos de facilitar operações de apostas e de possível envolvimento em práticas de lavagem de dinheiro.

No depoimento, Fernandin declarou que o Jogo do Tigrinho pertence a uma empresa estrangeira, sendo apenas disponibilizado em sua plataforma por meio de um agregador de jogos. Ele enfatizou que sua empresa atua dentro das regulamentações do Ministério da Fazenda. "Eu não sou o dono do Tigrinho, quero deixar bem claro para vocês", afirmou.

Segundo Fernandin, há diferenças entre as versões originais e pirateadas do jogo. Ele alegou que plataformas ilegais usam algoritmos manipulados para favorecer as empresas de apostas, enquanto a sua plataforma oferece apenas a versão legítima. "Eu cheguei a jogar para verificar que as bets ilegais têm algoritmos falsos, são jogos falsos, pirateados" — disse.

O empresário também negou ter qualquer vínculo com os criadores do Jogo do Tigrinho. Ele afirmou não saber quem são os responsáveis pelo desenvolvimento do jogo e foi repreendido pelo senador Marcos Rogério (PL-RO). "Se o representante da plataforma está aqui, fez contrato, está ganhando dinheiro e não sabe com quem contratou, estão tratando o Brasil como a casa da mãe Joana" — disse o parlamentar.

Expansão dos negócios

O empresário explicou que sua holding, a One Internet Group, possui diversas subsidiárias e atua em diferentes mercados, incluindo o desenvolvimento de jogos sociais e publicidade. Ele mencionou que a OIG cresceu significativamente durante a pandemia, mas não soube precisar a quantidade de empresas sob seu controle. "Sou sócio da One Internet Group e da OIG Gaming Brazil. Tenho vários outros negócios, mas não consigo lembrar todos agora", afirmou.

Fernandin OIG afirmou que sua empresa está autorizada a funcionar no Brasil, tendo se adequado às regras recentemente divulgadas pelo Ministério da Fazenda. Ele negou ser dono do Jogo do Tigrinho. Segundo Fernandin, o jogo é de uma empresa estrangeira e é disponibilizado em seu site por meio de um agregador de jogos por ele contratado, alegou que sua plataforma oferece a "versão original" do jogo on-line.

O empresário de 33 anos afirmou ter estudado apenas até o primeiro ano do ensino médio e que seus negócios se expandiram nos últimos anos. No entanto, não soube informar quantas empresas sua holding controla e alegou que há diferenças entre as versões originais e piratas do jogo na internet, sendo estas últimas alteradas para favorecer as empresas de apostas.

Com informações da Agência Senado


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Com edição de Nathalia Amaral